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domingo, 22 de dezembro de 2019

Secretário-geral da ONU pede transformação na forma como o mundo gera energia

Manutenção de painéis solares que fornecem energia limpa na Zâmbia. Foto: OIT/Marcel Crozet


Com milhões de trabalhadores cada vez mais afetados pela crise climática, o caminho para garantir a sobrevivência no futuro é uma total transformação de como geramos energia e administramos nossos recursos, disse o chefe da ONU no dia 12 deste mês, durante evento focado em empregos verdes na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP25), em Madri. 

Ainda estamos perdendo a corrida climática”, afirmou Guterres, “mas podemos escolher outro caminho, o caminho da ação pelo clima e do bem-estar das pessoas e do planeta”, com empregos, saúde, educação, oportunidades e futuro.

Ele afirmou que a resposta à crise climática reside em mudar a forma com a qual geramos energia, desenhamos nossas cidades e administramos a terra. Segundo o chefe da ONU, também requer ações que melhorem a vida das pessoas.

Firmado em 2015, o Acordo de Paris incluiu “uma transição justa” para pessoas cujos empregos e meios de subsistência são afetados pela mudança “da economia cinza para a verde”, como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), observou Guterres.

Não podemos mais nos recusar a enfrentar a crise climática”, explicou, incentivando os governos a se comprometerem, as empresas a liderar e as pessoas em todos os lugares a “abraçar a transformação que nos levará a um mundo de carbono neutro até 2050”.

Nova economia do clima

Guterres falou encorajadoramente sobre “enormes oportunidades” ligadas à ação climática.

De acordo com a liderança da ONU, a mudança para uma economia de baixo carbono representa uma oportunidade de crescimento de 26 trilhões de dólares, que pode criar 65 milhões de novos empregos até 2030 — com energia solar, eólica e geotérmica já sendo os geradores de empregos que mais crescem em várias economias (como China e Alemanha).

A economia verde é a economia do futuro e precisamos abrir caminhos agora”, afirmou, incentivando os países a retreinar as pessoas para que possam “mudar de carreira com o conceito de que a educação agora se tornou um projeto para toda a vida”.

Frisando que a transição para um futuro de baixo carbono deve ser “justa e inclusiva”, o secretário-geral lembrou que isso significa “um futuro de empregos verdes e decentes… de comunidades, cidades e países prósperos e resilientes”.

Ação climática para gerar empregos

Enquanto isso, a iniciativa Ação Climática para Gerar Empregos, lançada por Guterres durante a conferência com Guy Ryder, diretor geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), coloca a criação de empregos e os meios de subsistência no centro dos planos nacionais de ação pelo clima.
A liderança da ONU enumerou as medidas para garantir a inclusão, como avaliar o emprego, os impactos sociais e econômicos da transição ecológica e o potencial de empregos verdes.

O secretário-geral ressaltou que o crescimento econômico e o combate às mudanças climáticas são “reforçados mutuamente”, acrescentando que “não enfrentar o aquecimento global é uma receita infalível para o desastre econômico”.

Futuro mais limpo e ecológico para todos

Lembrando a necessidade de reduzir as emissões em 45% até 2030 a partir dos níveis de 2010, alcançar a neutralidade do carbono até 2050 e estabilizar o aumento da temperatura global em 1,5 grau Celsius até o final do século, Guterres disse que o Acordo de Paris deve ser usado como “nosso caminho multilateral à frente”.

Sem atingir nossas metas climáticas, o secretário-geral enfatizou que apenas os mais ricos poderão sobreviver.

Como “não podemos continuar tendo um pé nas economias cinza e verde ao mesmo tempo”, ele destacou que os países desenvolvidos devem cumprir suas promessas no âmbito do Acordo de Paris para mobilizar pelo menos 100 bilhões de dólares por ano para mitigação e adaptação nos países em desenvolvimento.

Nosso maior desafio

Guy Ryder disse aos delegados que esverdear o mundo do trabalho é “o desafio decisivo e definitivo de nosso tempo”.

O diretor-geral da OIT pediu uma “agenda política centrada no emprego e no ser humano para a ação climática, baseada em avaliações de nível nacional, proteção social inovadora e forte consenso”, dizendo que a iniciativa “pode ser uma grande contribuição” para isso.

Além disso, o foco será em três áreas inter-relacionadas e complementares de defesa e divulgação, um centro de inovação política que irá reunir conhecimento e gerar soluções inovadoras; e capacitação e apoio a organizações de governos, trabalhadores e empregadores.

A luta contra as mudanças climáticas está indissociável da batalha por maior justiça social”, concluiu Ryder.

Fonte: "nacoesunidas"


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