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terça-feira, 7 de maio de 2013

Será que vocês querem "brincar" realmente de Família?

Rodolpho Campbell


Acho que nossa cidade precisa de um “acorda pra vida” e uma moralização de verdade.

Ora, é tão “bunitim” (gíria do meu amigo prof. Chicão) falar de família, dos “pseudos princípios bíblicos”, mas cumprir de fato todos os desígnios e mandamentos bíblicos não deve ser fácil, né?!

Pois bem, vou citar alguns desvios de “boa conduta” de algumas personalidades públicas de nossa cidade, sem dar nomes, é claro, pra vermos se os mesmos caem em si e vejam o quão feio fica a postura julgadora e prepotente deles perante alguns assuntos que consideram pecado também.

Na nossa cidade tem "crente" (tanto que se diz evangélico, quanto católico) que agride a mulher, que agride o pai, que curte a festa profana (carnaval) inteirinha (inclusive bebendo).

Tem "crente" que pega travesti em boate, "crente" casado que vai às ruas em busca de sexo com gays, "crente" com duas famílias e duas mulheres, "crente" alcoólatra, "crente" jovem que faz sexo com gays, "crente" que faz acordo com traficante, "crente" pastora homossexual (que vive com a companheira disfarçadamente), "crente" que é apresentador/locutor que frequenta “puteiros” no Rio de Janeiro e "crente" pastor que sustenta e dá presentes a amante descaradamente.

O que falar de tudo isso ? Ora, “Todo aquele que pratica o pecado transgride a lei de Deus.” “(1 João 3.4), mas será que para todas as transgressões supracitadas o contexto socio-cultural que vivemos dá uma nova interpretação para a bíblia ? Será que essas pessoas não conhecem ao menos os 10 mandamentos ?

Nada contra quem luta pela família, acho até muito louvável, pois precisamos de fato a cada dia nos moldar, nos reestruturar e nos readequar para viver o bem e a justiça. Nesse sentido, parabenizo quem realmente luta e faz por onde ter uma família melhor, uma família unida, uma família de amor, uma família acolhedora, uma família monogâmica, uma família livre das drogas e sem hipocrisia.

Finalizando, se cada um se apropriar de seus próprios erros e defeitos sem subjugar ou questionar os outros por suas condutas ou aptidões o mundo, com toda certeza, será mais humano e aprazível para se viver.

Jogar “pedra” no telhado dos outros é fácil, difícil é receber uma “chuva de granizo” com telhado de vidro em casa.

Rodolpho Campbell é Presidente do Grupo Iguais e Coordenador Nacional da Região Sudeste da Articulação Brasileira de Gays


Republicado também pelo blog do professor Chicão