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sábado, 2 de abril de 2016

CELSO DANIEL: PRESENTE

Bruno José Daniel, irmão de Celso Daniel, Prefeito de Santo André- sequestrado, torturado e morto em 2002- prestou depoimento a Lava Jato em janeiro deste ano, no qual confirmou a versão de que Gilberto Carvalho e Miriam Belchior tinham conhecimento do esquema de corrupção na prefeitura de Santo André para abastecer campanhas eleitorais do PT.
Quatro meses antes, o Prefeito de Campinas Toninho do PT, também foi morto em circunstâncias igualmente estranhas. Assim como a família do prefeito de Santo André, a de Toninho do PT jamais se conformou com a tese do crime comum.

Segundo o MPF, o dinheiro da corrupção era enviado para Zé Dirceu. 

Todos os mortos

1) Celso Daniel : prefeito. Assassinado em janeiro de 2002.


2) Antonio Palácio de Oliveira : garçom. Assassinado em fevereiro de 2003


Ele serviu o prefeito e Sérgio Sombra no restaurante Rubaiyat em 18 de janeiro de 2002, noite do sequestro. Foi assassinado em fevereiro de 2003. Trazia consigo documentos falsos, com um novo nome. Membros da família disseram que ele havia recebido R$ 60 mil, de fonte desconhecida, em sua conta bancária. O garçom ganhava R$ 400 por mês. De acordo com seus colegas de trabalho, na noite do sequestro do prefeito, ele teria ouvido uma conversa sobre qual teria sido orientado a silenciar.

Quando foi convocado a depor, disse à Polícia que tanto Celso quanto Sombra pareciam tranquilos e que não tinha ouvido nada de estranho. O garçom chegou a ser assunto de um telefonema gravado pela Polícia Federal entre Sombra e o então vereador de Santo André Klinger Luiz de Oliveira Souza (PT), oito dias depois de o corpo de Celso ter sido encontrado. “Você se lembra se o garçom que te serviu lá no dia do jantar é o que sempre te servia ou era um cara diferente?”, indagou Klinger. “Era o cara de costume”, respondeu Sombra.

3) Paulo Henrique Brito : testemunha da morte do garçom. Assassinado em março de 2003

Vinte dias depois da morte de Oliveira, ele , a única testemunha desse assassinato, foi morto no mesmo lugar com um tiro nas costas. 

4) Iran Moraes Rédua: reconheceu o corpo de Daniel. Assassinado – dezembro de 2003

Em dezembro de 2003, o agente funerário Iran foi assassinado com dois tiros quando estava trabalhando. Rédua foi a primeira pessoa que reconheceu o corpo de Daniel na estrada e chamou a polícia



5) Dionizio Severo: suposto elo entre quadrilha e Sombra. Assassinado – abril de 2002

Detento apontado pelo Ministério Público como o elo entre Sérgio Sombra, acusado de ser o mandante do crime, e a quadrilha que matou o prefeito, foi assassinado na cadeia, na frente de seu advogado. Abriu a fila. Sua morte se deu três meses depois da de Celso e dois dias depois de ter dito que teria informações sobre o episódio. Ele havia sido resgatado do presídio dois dias antes do sequestro. Foi recapturado. 

6) Sérgio Orelha: Amigo de Severo. Assassinado em 2002

O homem que abrigou Dionizio Severo no período em que a operação de resgate teria sido organizada, Sérgio Orelha, também foi assassinado. Outro preso, Airton Feitosa, disse que Severo lhe relatou ter conhecimento do esquema para matar Celso e que um “amigo” (de Celso) seria o responsável por atrair o prefeito para uma armadilha.

7) Otávio Mercier: investigador que ligou para Severo. Morto em julho de 2003.

O investigador do Denarc Otávio Mercier  morreu em troca de tiros com homens que tinham invadido seu apartamento.

8 ) Carlos Delmonte Printes: legista encontrado morto em 12 de outubro de 2005.

Este foi o último cadáver. 


Fonte: Revista Veja