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domingo, 5 de julho de 2015

O que o prefeitável Felipe Lopes não disse ao PH

Em sua entrevista concedida ao jornal Primeira Hora na edição do dia 24, o prefeitável Felipe Lopes avaliou corretamente que grande parte dos males do município são causados pelo modelo político-administrativo adotado sucessivamente por todos os governos ao longo destes 20 anos de vida emancipada.

O clientelismo político e o patrimonialismo- pilares sobre os quais esse modelo se sustenta-  exaurem quase completamente todos os recursos orçamentários, deixando muito pouco como capital de investimento para a melhoria das condições de vida do povo buziano, objetivo último de qualquer governo.

O clientelismo faz com que se consuma parte substancial dos recursos públicos para sustentar uma "enorme quantidade de gente trabalhando na administração pública",  e o patrimonialismo que pessoas  se apossem do restante dos recursos" em contratos superfaturados, através de empresas ligadas a amigos do governo, em obras mal planejadas e de péssima qualidade".

Felipe se propõe a mudar este modelo político-administrativo adotado na cidade: "estamos aqui para quebrar um paradigma administrativo que se instalou nesta cidade há 20 anos". O governo André, apesar de se apresentar na campanha eleitoral como o candidato da mudança, para Felipe Lopes não passa de "mais do mesmo".

Com a mudança do modelo, realizando-se uma necessária reforma administrativa para enxugar a folha de pagamento  e combatendo-se "as más práticas na administração pública", buscando-se "economicidade nos contratos e nos gastos", sobrariam recursos para investimentos na solução dos problemas estruturais da cidade.

Felipe finaliza com um sonho hipotético: se todo o "dinheiro dos royalties tivessem sido aplicados em infraestrutura, Búzios seria uma Dubai do Brasil".

Isso foi o que o prefeitável Felipe Lopes disse. Nesse sentido está muito mais consciente dos problemas da realidade buziana do que o outro prefeitável Mirinho Braga, entrevistado em edição passada do jornal,  que em nenhum momento questionou o modelo político-administrativo em vigor,  limitando-se a um discurso moralista maniqueísta rasteiro onde se apresenta como representante do bem e os outros como representantes do mal. Velho discurso que já enganou muita gente, mas que hoje não engana mais ninguém. 

Mas o mais importante está no que Felipe não disse. Naquilo em que se omitiu. 

Felipe não disse porque passou quatro anos dando sustentação parlamentar e política a um governo que adotava um modelo político- administrativo que hoje condena como o maior dos males do município. Mas não basta dizer que marcou "uma posição de independência votando com a oposição matérias de interesse da cidade e do cidadão" e que "derrubou por duas oportunidades vetos do prefeito Mirinho". Todos que conhecem a política local sabem em que bases se dá a cooptação de vereador por parte do Executivo. Algumas dessas bases são publicáveis, outras não, por absoluta falta de provas. Em relação a Felipe falo em cooptação porque ele foi eleito pela coligação de Toninho,  adversária da aliança que apoiou Mirinho Braga. 

É fato público, no caso de Felipe Lopes, que uma secretaria inteira- a secretaria de habitação- lhe foi concedida em troca de apoio. Clientelismo puro, pois a secretaria, em 4 anos, nada fez, a não ser consumir salários para sustentar cabos eleitorais dele. Isso sem considerar outros possíveis cargos "conquistados" em outras pastas.

Não se pode provar em relação a Felipe, mas  é muito comum o compartilhamento preferencial da máquina pública (furar fila na Saúde,  uso de máquinas e equipamentos da secretaria de Serviços Públicos, etc) com os vereadores da base visando à reeleição, não esquecendo da farta distribuição de cartas-convite de obras fracionadas justamente para beneficiar os amigos do Prefeito que, por acaso, também são amigos de alguns vereadores. Para que seu discurso seja coerente, Felipe precisa demonstrar que não participou disso, que não cedeu ao patrimonialismo. 

Felipe também não disse quem vai financiar sua campanha eleitoral. Sabemos que uma campanha para prefeito de Búzios é caríssima. Não basta dizer que conta com o apoio popular, que "nunca teve padrinho político", pois não se trata mais de uma eleição de vereador. O buraco agora é mais embaixo. O povo de Búzios precisa saber de onde sairão estes recursos que financiarão sua campanha eleitoral? Não adianta fazer cara de paisagem como se não tivesse nada com a estória, quando os opositores expõem o nome de dois possíveis financiadores/coordenadores de sua campanha. Ao não esclarecer, deixa em aberto a suspeita de que mais uma vez  se pretende lotear a Prefeitura, o que vem virando hábito na cidade, como já aconteceu nas duas gestões anteriores e como acontece na gestão atual. É preciso vir a público e deixar bem claro que o senhor Ruy Borba- ex-detentor de uma fração considerável do governo Mirinho  (2009-2012), por ter viabilizado sua candidatura- e o senhor Nani Mancini- ex-detentor de fração considerável do governo Toninho pelo mesmo motivo anterior-  não terão nenhuma participação na campanha eleitoral, muito menos no governo, caso Felipe seja eleito. Escondê-los como se fossem leprosos políticos que tiram votos, não adianta nada. Basta relembrar o caso de Mirinho no último pleito, que mesmo proibindo Ruy de subir no palanque dele perdeu a eleição. 

Ao abordar questões fundamentais da cidade ainda não resolvidas, tais como licitação de transporte  público e saneamento básico,  Felipe adota estrategicamente discurso moderado para não perder votos, esquecendo que o que projetou seu nome como possível prefeitável foi justamente o fato de ter radicalizado a luta contra a corrupção existente no atual governo na chamada CPI do BO. Em relação à questão da licitação do transporte público, adianta, já invalidado-a, que "não podemos simplesmente esquecer as duas cooperativas" e que temos que ouvi-las. Em relação à questão do saneamento, repete a subserviência dos nossos governantes em relação à Prolagos, ao afirmar que temos que encontrar uma solução "sem radicalismo de quebra de contrato". A empresa desde já agradece!

Acredito que essa moderação, esse ficar em cima do muro em questões básicas, a falta de uma autocrítica radical e profunda da participação no último governo Mirinho, tira muito da credibilidade do prefeitável Felipe Lopes. Como acreditar que teremos um governo  que "dará publicidade aos seus atos", que implantará um novo modelo político-administrativo na cidade, se durante a pré-campanha eleitoral ossos são guardados no armário.


HÁ CINCO ANOS NO BLOG - 5 de julho de 2010
“Como anda a educação em Búzios”
Ver em: http://adf.ly/1KPdAR

HÁ CINCO ANOS NO BLOG - 5 de julho de 2010 
“O desempenho das escolas de Búzios no IDEB 2009”

sábado, 20 de junho de 2015

Grande Arraiá dos prefeitáveis no pátio da Prefeitura

Capa do jornal O Peru Molhado, edição nº 1446, 19/06/2015

Os prefeitáveis de Búzios convidam a todos os moradores de Búzios (ops, todos não, apenas os que possuírem título de eleitor) para a grande festa junina que será realizada no pátio da tão desejada e maravilhosa Prefeitura. Antes da tradicional dança da quadrilha,  serão realizados vários casamentos na roça. Como Búzios é uma cidade internacional, cosmopolita, que já superou completamente o fundamentalismo religioso ainda existente nos municípios vizinhos, também será permitido casamento na roça de homem com homem e mulher com mulher.

Lamentamos informar que os dois ex-prefeitos da cidade, Mirinho e Toninho, por motivo de força maior, não poderão comparecer à festa, mas avisamos a todos que estão confirmadas as presenças de suas respectivas esposas Drª Shirlei e Cristina Braga. As duas ex-primeiras damas estarão lado a lado na primeira fila, recebendo os convidados, na entrada do arraiá dos Prefeitáveis.

Segundo a ordem de sorteio, a segunda fila será formada pelo ex-vereador e ex-Prefeito Alexandre Martins e o ex-vereador e ex-candidato a prefeito Evandro. 

Na terceira fila, os vereadores Felipe Lopes e Joice.

Ainda não está confirmada a presença do atual prefeito. Pode ser que até o dia do arraiá, ele também venha a ter os mesmos problemas de força maior que já  acometeram os dois outros ex-prefeitos do município. Caso compareça, ocupará a última fila da recepção, tendo como par a sua secretária de desenvolvimento social Claudia Carrilho. Especula-se que por motivos familiares, ela talvez decline da participação na festa em prol de seu filho Joãozinho Carrilho. Mãe é mãe, né!

Também deverão comparecer ao arraiá o vice Muniz, os vereadores Messias, Henrique Gomes e Lorram, e o ex-vereador Valmir da Rasa. Mas todos são sabedores do regulamento que estabelece que, se não formarem um par até a data de realização do arraiá, não poderão participar da dança da quadrilha.

Soirée e anarriê para todos. 

Observação: texto publicado no jornal O Perú Molhado, nº 1446, de 19/06/2015.


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terça-feira, 26 de julho de 2011

Chiquinho no Perú 2

4) A administração em Araruama

Aceitei o desafio proposto por Chiquinho de procurar erros durante  seus mandatos (2001-2008). Confesso que não foi muito difícil encontrá-los. Dos oito anos que governou Araruama, teve cinco contas de gestão (2001, 2004, 2005, 2006, 2008) com pareceres prévios contrários do TCE-RJ. Entre as irregularidades achei: deixar despesa a ser paga no exercício seguinte (2004), não aplicar 25% na educação (2005), aplicar 49,28% e não 60% no ensino fundamental, não enviar dados prejudicando o acompanhamento e análise da movimentação dos recursos dos royalties, não obedecer às normas de contabilidade pública para escrituração de contas e repassar mais de 7% à Câmara de vereadores (2006), deixar despesa a ser paga no exercício seguinte, abertura de crédito adicional por excesso de arrecadação sem a respectiva fonte de recurso no valor de R$ 3.214.396,33, deixar déficit financeiro de R$ 2.010.542,04, ter empenhado apenas 89,46% dos recursos recebidos do FUNDEB, ter impossibilitado a verificação do cumprimento dos limites legais com relação aos gastos com pessoal e inativo, em face do não envio do RREO do 6º bimestre de 2008 (2008). Todos estes pareceres contrários foram derrubados na câmara de vereadores, exceto o parecer contrário de 2008 que foi mantido em julgamento no ano de 2010 (ver vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=OsQiWyfWX3g). Com a decisão da câmara, Chiquinho ficou inelegível por 5 anos. Logo em seguida, tentou uma liminar na 1ª instância anulando a decisão da câmara mas não conseguiu. Recorreu ao TJ e a obteve. Como Mirinho, por aqui, alegou não ter tido direito de defesa no legislativo. 

5) Educação
Chiquinho alerta para o absurdo de não termos escolas de ensino médio do Pórtico pra fora. Mas está redondamente enganado quando diz que as escolas periféricas só vão até a 5ª série. A escola Ciléa Barreto, situada no Cruzeiro, Rasa, têm 628 alunos do 2º segmento (6ª a 9ª série) (ver "dataescolabrasil", dados de 2010). Sua assessoria lhe passou informação errada. Mas continua o problema do outro lado da parte continental. Os alunos de Cem Braças, Tucuns, São José e José Gonçalves que quiserem cursar o 2º segmento do ensino fundamental têm que se dirigir até Manguinhos (a escola Nicomedes tem 658 alunos), Centro (a Darcy Ribeiro tem 721 alunos) ou Rasa ( a Ciléa). Tem razão Chiquinho quando diz que isso é “proposital” e “diabólico”.
Chiquinho diz corretamente que a educação pública de Búzios é uma “tragédia” e que o “grande culpado” é Mirinho. Mas esquece de outra  tragédia: a sua. A educação pública de Araruama também é uma tragédia, só menor que a buziana devido às disparidades populacionais e de renda per capita. Mas mesmo assim, uma tragédia. É inadmissível se pretender ter educação de qualidade com o salário inicial de um professor do primeiro segmento do ensino fundamental igual a R$ 663,00. Nem que a vaca tussa. E Chiquinho ainda diz que investiu “pesado na educação”. Se investiu realmente, investiu mal, porque se esqueceu do principal: o salário dos professores.  Este é, entre outros, um dos fatores que explica as oscilações e o baixo rendimento no IDEB. Nos anos iniciais (1ª a 5ª série) do ensino fundamental, Araruama teve nota 3,9 em 2005, retrocedeu para 3,8 em 2007 e subiu para 4,2 em 2009, mesmo assim abaixo da meta de 4,3. Nos anos finais (6ª a 9ª série), a nota foi 3,8 em 2005, caiu para 3,5 em 2007 e subiu para 3,7 em 2009, inferior à nota de 2005 e meta de 3,9 (Fonte: http://sistemasideb.inep.gov.br/resultado/).
Com esse desempenho, o município não pode ser “referência” para ninguém, muito menos “referência nacional” em educação.

Chiquinho cita dados desatualizados de analfabetismo. Búzios tinha 17% de analfabetos em 2000! Hoje, o censo de 2010, nos diz que Araruama é o município da Região dos Lagos que, proporcionalmente, tem mais analfabetos. São 8.690 araruemenses ou 7,75% da população. Búzios não fica muito longe não. São 1.556 buzianos analfabetos (5,54%).

6) A história se repetirá?
Chiquinho em vários momentos me lembrou o Mirinho da campanha de 2008. Como Mirinho naquela época, Chiquinho diz que Búzios precisa  passar por uma revolução ética. Mirinho cansou de afirmar em palanque que, quando eleito, iria acabar com os maus costumes introduzidos por Toninho na cidade, coisas que, dizia ele, nunca existiram em Búzios. Hoje sabemos que os costumes vão de mal a pior.

Como Mirinho em 2008, Chiquinho promete mudar o modo de fazer política, ouvir todo mundo e que a cidade vai virar modelo em saúde, educação, turismo, mobilidade urbana e infra-estrutura.

Como Mirinho em 2008, Chiquinho diz que com ele prefeito de Búzios, todos terão certeza de quem manda realmente na cidade, porque hoje ninguém sabe de verdade quem manda.

Como Toninho em 2008 foi o grande cabo eleitoral de Mirinho, hoje não seria Mirinho o grande cabo eleitoral de Chiquinho?

A minha grande preocupação é que o povo de Búzios caia mais uma vez no engodo de escolher um salvador da pátria para descarregar voto útil para tirar o prefeito de plantão. Em 2004, o povo votou em Toninho acreditando na mudança. Em vez de mudança, tivemos o desgoverno Toninho. Em 2008, o povo descarrega voto útil em Mirinho para garantir a saída de Toninho. Segue-se mais um desgoverno, o de Mirinho. Repetiremos a história em 2012 com Chiquinho para termos outro desgoverno? Acredito que a cidade não agüenta mais um governo desastroso como o atual.

Chiquinho afirmou acertadamente que a “meta fundamental” de qualquer governo é  "dar qualidade de vida às pessoas". Então, porque eleger prefeito de Búzios um cara que não deu qualidade de vida pra população de Araruama. Os dados do censo de 2010 provam. Araruama é a cidade da Região dos Lagos que, proporcionalmente, tem mais miseráveis (18.916), que tem mais pessoas vivendo com 1 salário mínimo (58,25%), mais domicílios sem rede de esgoto (82,43%) e sem coleta de lixo (2.283 domicílios), Não dá nem para se desculpar dizendo que a miséria existente antes de seu governo era muito grande. Em seus oito anos de administração a miséria em vez de diminuir, aumentou. Em 2000, Araruama tinha 40.821 pessoas (49,3% da população) com rendimento de 1 SM. Em 2010, esse número pulou para 65.256 pessoas (58,25%)  (Fonte: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/link.php?uf=rj). Que os miristas não se gabem: a gestão Mirinho também aumentou o número de pobres e miseráveis de Búzios.

Visitem meu outro blog: "Iniciativa Popular Buzios"
No grupo Jornais de Araruama do Facebook:


intensifiedX disse...


Falou o PT.... voces nao desistem mesmo ne?? Que faz o poder as pessoas.. o roto falando mal do arrumado..kkkkk Chiquinho e a unica opcao...senao e a volta do mirinho ou toninho algum assecla dele..kkk Precisamos e de gente da direita para endireitar esse pais!!