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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Apedrejaram o para-brisa do carro da presidente do PSOL de Búzios

"Tive meu carro apedrejado dentro do meu quintal ontem 13/04 ás 11.30 da manhã. Qdo corri pra ver o que havia acontecido, vi um homem alto e loiro montando numa moto preta e arrancando com a mesma.

O homem que fugiu, parou sua moto na porta da minha casa, quebrou um vazo grande de plantas, atirou uma pedra no parabrisas do meu carro e destruiu o hidrômetro da prolagos. Registrei a ocorrência na 127ª DP. Ao ser perguntada pelo inspetor Marcelo se eu desconfiava de alguém, apenas relatei que me causou surpresa o fato de ontem ter distribuído o Jornal Sol de Búzios  com matéria sobre a ação judicial que movo contra o Jornal Primeira Hora, ação esta, que veio a ser alvo de investigação do CNJ na comarca da cidade. Na próxima quarta feira irei a delegacia para um encontro com o Delegado Mario Lambert. Vou pedir pessoalmente a ele empenho da policia. Temo pela minha vida e de meu filho. Já enviei copia do Jornal Sol de Búzios ao CNJ na pessoa da Ministra Eliana Calmon, ao presidente da Comissão de Direitos Humanos da ALERJ o companheiro Marcelo Freixo e comuniquei o fato a corregedoria da Policia Civil no RJ.
Se púderem divulgar eu agradeço"

Beth Prata por email

Mais tarde Beth publicou no grupo PSol Búzios do Facebook: (http://www.facebook.com/groups/169547263110229/)



"Acabei de chegar da 127 DP de Buzios. Tive meu carro apedrejado dentro da minha casa por um homem que passou de moto as 13 h. Por sorte minha vizinha anotou a placa da moto. vamos chegar nos criminosos. A policia ja tem pistas. estão querendo me intimidar pelas denuncias que fiz no Jornal SOL DE BÚZIOS".

terça-feira, 8 de março de 2011

A questão da violência em Búzios 2

O delegado de Búzios, Mário Lamblet, em entrevista ao JPH, de 05/03/2011,  na mesma linha do prefeito Mirinho Braga,  afirma que o estudo “Mapa da Violência 2011”, feito pelo Ministério da Justiça, estaria distorcido porque considera como de Búzios ocorrências de Cabo Frio. Isso teria ocorrido porque a delegacia daqui estaria muito mais próxima de alguns bairros violentos  de Cabo Frio do que a delegacia de lá. Mas o estudo- muito comentado, mas pouco lido- em nenhum momento fala em usar registros de queixas à polícia. Esses registros, “como ficou evidenciado em nossa pesquisa no Distrito Federal, têm uma abrangência extremamente limitada. Nos casos de violência física, só 6,4% dos jovens denunciaram à polícia; nos casos de assalto/furto, foram somente 4%; nos casos de violência no trânsito, apenas 15%”. O Estudo utiliza o SIM- Sistema de Informação de Mortalidade- gerido pelo Departamento de Análise de Situação de Saúde, da Secretaria de Vigilância em Saúde, porque ele “centraliza informações sobre os óbitos em todo o país, e cobre um universo bem abrangente das mortes acontecidas e de suas causas”. 
Mesmo que utilizássemos os dados divulgados pelo delegado ainda assim Búzios seria considerada uma cidade violenta. Segundo os  dados fornecidos por ele, calculando-se o número de homicídios por 100 mil habitantes teríamos  62,9 em 2006, 66,6 em 2007 e 81,4 em 2008. Até o baixo número de homicídios de 2010- 12 homicídios- daria um índice  44,4, superando o índice estadual, 34,0, e o nacional, de 26,4. Todos os dois são índices de 2008. Portanto, mesmo com os dados policiais, não dá para concordar com o prefeito Mirinho Braga de que “a segurança hoje na cidade é boa”.
O que o prefeito Mirinho Braga precisa é parar de arranjar desculpas para o seu desgoverno e reconhecer que o problema existe. Como recomenda o estudo: “Conhecer – ou reconhecer – os problemas e sua magnitude é um passo imprescindível para agir no sentido de equacioná-lo. E estamos falando aqui de um dos direitos humanos fundamentais: o direito à vida, sem o qual nenhum dos outros direitos tem o mínimo sentido ou significação.”
Se ele visitasse o site do Ministério da Justiça, ficaria sabendo que o estudo está muito mais preocupado com o diagnóstico da violência entre a juventude (15 a 24 anos) do que com a violência em geral. Isso está claro no subtítulo do  estudo: “Mapa da Violência 2011 – Os Jovens do Brasil”. 
Para quem não leu, aí vão algumas conclusões do estudo: 
Em primeiro lugar, o estudo revela que a violência entre os jovens no Brasil já virou um problema muito grave. Qual é a situação entre jovens de Búzios? “Se a magnitude de homicídios correspondentes ao conjunto da população já pode ser considerada muito elevada, a relativa ao grupo jovem adquire caráter de epidemia".
Em segundo lugar, os dados do estudo indicam que houve “notórios avanços na contenção da violência homicida” nos grandes centros e capitais como São Paulo e Rio de Janeiro a partir de 2003. Mas eles “ estão sendo contrabalançados por fortes crescimentos em outras áreas, num movimento rumo às cidades do interior, que o estudo identifica como interiorização. Ou também rumo a Estados até o momento considerados de baixo ou médio potencial, num processo que o trabalho denomina espalhamento. Em ambos os casos, a resultante foi um deslocamento dos pólos dinâmicos da violência rumo a locais com menor presença do Estado na área de segurança pública".
Finalmente, conclui que essa interiorização e espalhamento “conformam situações bem diferenciadas quando se tratam de pólos de desenvolvimento do interior, atrativas de população e investimentos que, perante a limitada presença do poder público, atrativas também para a criminalidade e a violência;  ou municípios com domínio territorial, em maior ou menor medida, de quadrilhas, milícias e/ou tráfico; ou, tanto ou mais importante que as anteriores, municípios e áreas onde impera uma sólida cultura da violência: crimes chamados “de honra” e/ou crimes de proximidade”.
O que o prefeito Mirinho Braga precisa, se não quisermos ver Búzios mal colocada nos próximos Mapas da Violência, é elaborar propostas para dar aos jovens alternativas às drogas, à exclusão educacional, cultural e laboral.