Procuradoria-Geral da Alerj tem 42 funcionários fantasmas Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo |
Depois
da prisão
de 10 deputados estaduais e
da revelação das movimentações financeiras atípicas de
servidores, ex-funcionários e parlamentares – especialmente do
senador eleito Flávio
Bolsonaro (PSL)
e de seu ex-motorista Fabrício
Queiroz –,
a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) continua dando o
que falar. Nesta quinta-feira (24/1), o jornal O Globo revelou
que 42 servidores da Procuradoria-Geral da Casa não aparecerem para
dar expediente no setor, e a própria chefia admite o fato.
Segundo
a reportagem, na lista de funcionários que recebem salários, mas
não trabalham ali, há assessores ligados a PT, PP e MDB, um
pastor evangélico, uma dona de salão de beleza e até um morador de
Búzios, município da Região dos Lagos distante 175 km da capital.
Nem
no gabinete nem na procuradoriaA
matéria cita o caso de Adionson Farias, nomeado em março de
2018. Antes, ele estava vinculado ao gabinete do deputado
Gilberto Palmares (PT), a quem também acompanhou na passagem do
parlamentar pela Secretaria de Administração de Maricá. O jornal
informa que agora Farias está na Procuradoria-Geral, mas, na
prática, continua trabalhando para o político, embora formalmente
fora do gabinete
“Eu
trabalho no apoio, pagando contas. Estou com o Gilberto Palmares
desde 1997”, disse Adionson à reportagem, por telefone. Ele não
soube explicar o motivo de estar ligado à Procuradoria-Geral: “Não
sei te dizer.”
Acionado
pelo jornal, Gilberto Palmares afirmou que, como não preside
comissões (isso lhe daria direito a mais cargos), combinou com o
presidente da Casa, André Ceciliano (PT), que indicaria um nome
para a Procuradoria-Geral.
“Ele
[Ceciliano] me permitiu indicar uma pessoa que permaneceria
trabalhando conosco. Mas eu e meu chefe de gabinete temos condições
de provar que o Adionson é figura assídua, trabalha todo dia. Não
dá para misturar com outros casos”, reclamou o deputado,
acrescentando que presidiu uma frente parlamentar na área da saúde
sem estrutura adicional de comissionados.
Candidato
a vereador de Búzios em 2008, quando obteve 208 votos, e ex-gerente de Transportes Públicos da secretaria de Ordem Pública da Prefeitura de Búzios, no primeiro governo André (2013-2016), Sherman Willians, o Bibinho, afirmou ao jornal que dá expediente na
1ª Secretaria da Alerj, não na Procuradoria-Geral, na qual
está lotado com um salário líquido de R$ 2,9 mil. Também garantiu
ter ajuda de familiares para vencer todos os dias a distância entre
Búzios e a assembleia. “Tenho parentes no Rio. Chego na segunda e
vou embora na sexta”, afirmou.
Sindicância
Procuradoras da Casa que atestaram à publicação a possível irregularidade com 42 servidores do setor disseram que, mensalmente, chega à Procuradoria-Geral “uma enorme quantidade de cartões de ponto de servidores que não se encontram desempenhando funções neste local”. Ao O Globo, a Alerj informou ter instaurado um processo administrativo que deve apresentar resultado até o fim do mês.
Procuradoras da Casa que atestaram à publicação a possível irregularidade com 42 servidores do setor disseram que, mensalmente, chega à Procuradoria-Geral “uma enorme quantidade de cartões de ponto de servidores que não se encontram desempenhando funções neste local”. Ao O Globo, a Alerj informou ter instaurado um processo administrativo que deve apresentar resultado até o fim do mês.
Por
telefone, Bruna Calafange, dona de um salão de beleza desde 2017,
disse que não daria explicações porque já havia se justificado na
apuração aberta pela Alerj. Ela pediu exoneração da Casa em
dezembro. Outros nomes da lista noticiados pelo jornal são Soraia
Joulak, que fez campanha para Leonardo Picciani (MDB) na última
eleição, e Marilyn Pedrosa, filiada ao PP – ambas não foram
encontradas para comentar a situação.
Já
o pastor evangélico Huguaraci Simões, à frente da Assembleia de
Deus Aijalon, em Nova Iguaçu, ficou irritado ao ouvir as perguntas e
disse que só daria as explicações pessoalmente. “Não te
conheço, grande. Você é detetive?”, questionou.
Fonte: Jornal O Globo
Meu comentário:
O jornal O Globo está se referindo apenas a fantasmas da Procuradoria-Geral da ALERJ. Ainda temos outros fantasmas de Búzios na Casa Legislativa. Já tivemos muito mais, mas com as prisões dos caciques do PMDB esse número diminuiu.
Bibinho foi cabo eleitoral de Flávio Machado na eleição de 2004. E candidato a vereador em 2008, com apoio do grupo político de Toninho Branco, leia-se Nani Mancini, para tirar votos do desafeto do grupo, vereador Flávio Machado. Flávio, mesmo tendo mais votos (292) que em 2004 (278 votos), não conseguiu se eleger. Bibinho teve 208 votos.
Atualização: 26/01/2019 às 10:11
Flávio me disse que Bibinho nunca foi cabo eleitoral seu, mas confirma que a candidatura dele, assim como de outros candidatos do bairro São José, foram estimuladas pelo grupo político de Toninho Branco para que os votos do bairro fossem fracionados. Acrescentou também que alguns de seus apoiadores na eleição de 2004 foram empregados na prefeitura com a condição de não participarem da campanha de reeleição de Flávio Machado em 2008.
Atualização: 26/01/2019 às 10:11
Flávio me disse que Bibinho nunca foi cabo eleitoral seu, mas confirma que a candidatura dele, assim como de outros candidatos do bairro São José, foram estimuladas pelo grupo político de Toninho Branco para que os votos do bairro fossem fracionados. Acrescentou também que alguns de seus apoiadores na eleição de 2004 foram empregados na prefeitura com a condição de não participarem da campanha de reeleição de Flávio Machado em 2008.
Comentário no Facebook:
Flávio Machado Informo que Bibinho jamais foi meu cabo eleitoral e que também nunca fomos desafetos , sempre mantivemos boas relações independente de qualquer posição política