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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Cabo Frio era mais violenta nas gestões anteriores de Alair Corrêa (1997-2004)

Durante a gestão anterior de Alair Corrêa (1997-2004) em alguns anos a taxa de violência de Cabo Frio bateu recordes ainda não superados.

Ano  - número de homicídios - população estimada - taxa de homicídio/100 mil hab.
1999 -        105                     -        119.503           -         87,86
2000 -        109                               125.208                     85,94
2001           115                              133.341                     86,24 
2003           115                              142.984                     80,45

2005 -        127                              159.685                     79,53
2006-         119                              165.591                     71,86
2007-         125                              172.229                     72,91
2008-         129                              180.635                     71,41
2009-         142                              186.004                     76,34
2010-          92                               186.222                     49,40
2011-         103                              190.787                     53,99
2012-         123                              195.197                     63,01

Portanto não é verdade que o "aumento da violência na cidade começa depois (de 2004), durante o governo do Beijo no Coração (Marquinhos Mendes)", como foi publicado no blog do Professor Chicão. O mestre baseia-se em um estranho "ranking de cidades com mortes mais violentas" que não tem nada a ver com o Mapa da Violência elaborado a partir do número de homicídios fornecido pelo DATASUS. 

Gráfico do site deepask
                


domingo, 1 de junho de 2014

Raio X da violência na Região dos Lagos

mapadaviolência.org

Os 20 homicídios a mais em 2012 (123 homicídios) em relação a 2011 (103 homicídios) tornaram Cabo Frio o município mais violento do estado do Rio de Janeiro, desbancando Duque de Caxias. Mais de 50% desses mortos eram jovens com idade entre 15 e 29 anos: quarenta e cinco mortos (36% do total) tinham entre 20 e 29 anos e 26 (21%) entre 15 e 19. Mais de 60% eram de cor/raça parda (54) e preta (21).     Apenas 7 (5,7%) eram do sexo feminino. De quase todos a escolaridade é ignorada (118). Apenas três tinham 12 anos ou mais de estudo. Em sua quase totalidade eram solteiros (111). Casados, apenas 7. Mais da metade (62) foram assassinados em via pública. Apenas 8 foram mortos em casa.   

Causa mortis em Cabo Frio 2012:

Por disparo de arma de fogo de mão: 102
Por meios NE (Não Especificados): 7
Por objeto cortante ou penetrante: 5
Por disparo outra arma de fogo ou NE (Não Especificada): 3
Por meio de força corporal: 2
Por enforcamento/estrangulamento/sufocação: 2
Por meio de fumaça, fogo e chamas: 1
Por /meio de um objeto contundente: 1

Vejam os dados dos outros municípios da Baixada Litorâneas:

Óbitos por Ocorrência segundo Município
Regional de Saúde: Baixada Litorânea
Causa - CID-BR-10: . 110 Agressões
Período: 2012
Município           Óbitos por Ocorrência
Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

Categoria CID-10: X93 Agressao disparo de arma de fogo de mao
TOTAL   152
330023 Armação dos Búzios       14
330025 Arraial do Cabo 2
330070 Cabo Frio             102
330187 Iguaba Grande  4
330520 São Pedro da Aldeia        30
         
Categoria CID-10: X99 Agressao objeto cortante ou penetrante
TOTAL   16
330020 Araruama            2
330023 Armação dos Búzios        1
330025 Arraial do Cabo  1
330070 Cabo Frio             5
330187 Iguaba Grande  1
330452 Rio das Ostras    4
330520 São Pedro da Aldeia        2

Categoria CID-10: Y00 Agressao p/meio de um objeto contundente
TOTAL   4
330023 Armação dos Búzios        1
330070 Cabo Frio             1
330452 Rio das Ostras    1
330520 São Pedro da Aldeia        1

Categoria CID-10: Y04 Agressao p/meio de forca corporal
TOTAL   2
330070 Cabo Frio             2

Categoria CID-10: Y09 Agressao p/meios NE
TOTAL   22
330020 Araruama            4
330025 Arraial do Cabo  1
330070 Cabo Frio             7
330130 Casimiro de Abreu           1
330452 Rio das Ostras    5
330550 Saquarema         4

Categoria CID-10: X97 Agressao p/meio de fumaca fogo e chamas
TOTAL   3
330070 Cabo Frio             1
330130 Casimiro de Abreu          1
330550 Saquarema         1

Categoria CID-10: X95 Agressao disparo outr arma de fogo ou NE
TOTAL   95
330020 Araruama            41
330070 Cabo Frio             3
330130 Casimiro de Abreu          4
330452 Rio das Ostras    40
330550 Saquarema         7

Categoria CID-10: X91 Agressao enforc estrangulamento sufocacao
TOTAL   7
330020 Araruama            1
330070 Cabo Frio             2
330452 Rio das Ostras    2
330550 Saquarema         2




sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Violência e miséria na Região dos Lagos

Procurando contribuir para o debate sobre a relação entre violência e condição socioeconômica, apresento  a seguir dados do DATASUS que, ao meu ver, demonstram que  a esquerda não está tão errada assim ao acreditar que a violência tem muito a ver com a condição socioeconômica. Quando digo que tem muito a ver não estou dizendo que a condição social seja a única causa. Existem outras motivações  de ordem cultural, psicológica, etc, mas, com certeza, é a principal causa. 

Acredito que estes dados extraídos de nossa realidade próxima- municípios da Região dos Lagos- sejam mais esclarecedores do que qualquer discussão teórica acerca do tema.

O DATASUS faz há algum tempo um levantamento de todas as causas deóbitos em todos os municípios brasileiros. Uma causa de óbito chama a atenção e diz respeito ao tema. São as chamadas “agressões”. Em 2011, foram registrados pelo sistema SUS 1.002 óbitos (474 por local de residência e 528 por local de ocorrência) por agressões na outrora pacata Região dos Lagos. Peguemos uma das principais agressões, a  "agressão por disparo de arma de mão". O Instituto Sangari, contratado pelo Ministério da Justiça, se baseia nesses dados para elaborar o Mapa da Violência do Brasil.

Em nossa "tranquila" Região dos Lagos, em 2011, ocorreram 236 óbitos por "disparo de arma de mão": 113 por local de residência e 123 por local de ocorrência. Para o nosso objetivo, esta diferenciação não tem importância. Vamos considerar os dados globais.

Desses 236 óbitos toatais, 148 (71 residentes e 77 não residentes) ocorreram em Cabo Frio, 58 em São Pedro da Aldeia, 20 em Búzios, 7 em Arraial do Cabo, 2 em Iguaba Grande e 1 em Araruama. 

O DATASUS serve para nossa argumentação porque não se limita apenas a registrar números de óbitos. Apresenta-nos alguns dados socioeconômicos dessas pessoas mortas. A maioria (125 , 52%) é constituída de jovens com idade compreendida entre 20 e 29 anos (32%) e 15 a 19 anos (20%); são majoritariamente  homens; apenas 24 são mulheres; 131 (55%) foram considerados pretos ou pardos; brancos, 103; de 230 não se conseguiu descobrir a quantidade de anos de estudos; 183 são solteiros; 133 morreram em via pública, apenas 41 em hospital. 

Compreende-se que os dados não sejam muito precisos. Afinal estamos falando de homicídios. Mas o dado "cor" é muito revelador. Ninguém contesta que as pessoas de "cor" preta ou parda pertecem às classes mais exploradas economicamente e oprimidas socialmente. Provavelmente não temos doutores, ou pessoas com muitos estudos, já que a quantidade de anos de frequência escolar é ignorada. Se não bastasse isso, ainda teríamos testemunhos. Quem na Região dos Lagos não soube ou presenciou a ocorrência de mortes em vias públicas,  de jovens, de cor preta ou parda, com pouco ou nenhum estudo e pertencentes a família pobres?   



quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Restaurante Buzin de Búzios é assaltado e bandido leva R$ 35 mil

"Assaltante entrou armado e encapuzado e fez funcionários reféns.

Bandido fugiu; polícia faz buscas na cidade e região. 


Um homem levou R$ 35 mil durante assalto em um restaurante de Armação dos Búzios, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (2). Segundo a polícia, o bandido estava armado e encapuzado e rendeu o gerente e o sub-gerente do restaurante Buzin, que funciona no Centro. Segundo testemunhas, na ação o assaltante jogou um dos gerentes no chão e obrigou o outro a deitar, os atingindo na cabeça com coronhadas. Os dois funcionários do restaurante foram presos no banheiro enquanto o assalto acontecia. O homem fugiu. A polícia faz buscas na cidade e região".



sexta-feira, 26 de julho de 2013

Onde está Amarildo?

www.rededemocratica.org 

Encabeçada por movimentos e lideranças que lutam contra a violência policial no Brasil, a campanha “Onde está o Amarildo?” tomou conta das redes sociais brasileiras. A campanha questiona o paradeiro de um morador da Favela Rocinha, no Rio de Janeiro – que foi visto pela última vez no dia 14 de julho sendo levado por policiais militares da Unidade de Política Pacificadora (UPP) instalada nesse bairro.

Amarildo Dias de Souza tem 47 anos e nasceu na comunidade da Rocinha, conhecida como a maior favela do mundo. É pai de 6 filhos e divide com eles e sua mulher um barraco de apenas um cômodo sobrevivendo com apenas 300 reais por mês. Desde que foi sequestrado pela polícia militar do Rio naquele domingo à noite, sua família passa fome.


quarta-feira, 27 de março de 2013

Causa Mortis em Búzios


 Visando contribuir para o debate sobre segurança em Búzios, aqui vão alguns dados extraídos do SUS (DATASUS). É importante saber que "os dados disponíveis são oriundos do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), sistema este gerido pelo Departamento de Análise de Situação de Saúde, da Secretaria de Vigilância em Saúde, em conjunto com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde. 

As Secretarias de Saúde coletam as Declarações de Óbitos dos cartórios e entram, no SIM, as informações nelas contidas. Uma das informações primordiais é a causa básica de óbito, a qual é codificada a partir do declarado pelo médico atestante, segundo regras estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde.
De 1979 a 1995, as declarações de óbito eram codificadas utilizando-se a 9ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças - CID-9. A partir de 1996, passou-se a utilizar a 10ª Revisão - CID-10. Devido às diferenças entre as revisões, não foi possível gerar uma lista que as compatibilizasse. 

De uma maneira geral, as Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde enviam periodicamente a sua Base de Dados para o Ministério da Saúde. Este só pode considerar a Base Nacional completa quando todas as UF enviaram seus dados. A partir daí, é feita a consolidação, inclusive com a redistribuição dos óbitos pelo local de residência, a qual é a forma tradicional de apresentar os dados de Mortalidade. Eventualmente, são feitas algumas correções nas informações, em conjunto com as Secretarias Municipais e Estaduais, principalmente quanto ao cruzamento de causa de óbito por sexo e idade". 

Os últimos dados consolidados do município são de 2010. Neste ano, ocorreram em Búzios 286 óbitos. Destes, 135 foram óbitos ocorridos em Búzios mas de pessoas não residentes na cidade. Considerando apenas óbitos de residentes, tivemos 151 óbitos.

Chama a atenção de quem pesquisa as causas de morte dos buzianos o registro "causas externas de morbidade e mortalidade". É a segunda causa de mortalidade na cidade, só superada pelas "doenças do aparelho circulatório" que mataram, em 2010, 37 moradores. As "causas externas", 24. Em terceiro lugar, vem as "doenças do aparelho respiratório" com 22  mortes. 

E que "causas externas" são essas? O DATASUS discrimina:

1) Agressões - 13
2) Eventos, fatos, cuja intenção é indeterminada - 3
3) Motorista traumatizado em um acidente de transporte - 2   
4) Afogamento e submersão acidentais - 2
5) Ciclista traumatizado em um acidente de transporte - 1
6) Outros acidentes de transporte terrestre - 1
7) Outros riscos acidentais à respiração - 1  
8)  Exposição acidental a outros fatores e aos não especificados - 1

E que "agressões" seriam essas? Em 2008 e 2009, as agressões provocaram 20 óbitos. 

Dos 13 óbitos por agressão de 2010, 12 foram de "agressão por arma de fogo de mão" e 1 por "agressão por meio de objeto contundente ou penetrante". Em 2008, 18 morreram por arma de fogo. Em 2009, 14.

Dessas 12 agressões por arma de fogo ocorridas em 2010 em Búzios, 5 envolveram jovens de 20 a 29 anos. Em 9 delas, os autores eram de cor branca. A escolaridade de 10 agressores é desconhecida. Seis delas ocorreram em vias públicas e duas em domicílios. 

                 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Herança maldita dos inhos 2


O jornal O Globo de domingo (21/10)  publicou  "um estudo mostrando que Búzios é a sétima cidade turística mais violenta do país. E Cabo Frio ? Vem logo abaixo: é a nona.

Do total de mais de 5 mil municípios brasileiros, Búzios é a 47° cidade mais violenta e Cabo Frio é a 63°

O estudo leva em conta o número de assassinatos dividido pela população total.

Esta é a herança maldita deixada por Marquinho, Mirinho e Cabral em nossa região"

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Mapa 2012 da Violência na Região dos Lagos

O trecho citado abaixo consta do estudo "Mapa da Violência - 2012: Os novos padrões da Violência Homicida no Brasil", feito pelo Instituto Sangari, por encomenda do Ministério da Justiça. 

"Fica difícil compreender como em um país sem conflitos religiosos ou étnicos, de cor ou de raça, sem disputas territoriais ou de fronteiras, sem guerra civil ou enfrentamentos políticos violentos, consegue-se exterminar mais cidadãos do que na maior parte dos conflitos armados existentes no mundo. 

No histórico dos 30 anos analisados neste documento, o Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde registrou 1,1 milhões de vítimas de homicídio. Para ter uma idéia do que esse número representa, podemos indicar que só um pequeno número de cidades brasileiras, 13, para sermos exatos, alcançou esse número de habitantes no Censo de 2010. Por essas mesmas estatísticas de mortalidade, ocorreram no ano de 2010, 50 mil assassinatos no país, com um ritmo de 137 homicídios diários, número bem inferior ao de um massacre do Carandiru * por dia". 

* Observação: morreram 111 detentos em 2/10/1992 numa rebelião na Casa de Detenção de São Paulo, localizada no Carandiru.   

Nossa querida Região dos Lagos, apesar da aparência de tranquilidade, é uma das mais violentas do estado do Rio de Janeiro. 

1º) Armação dos Búzios - Número de homicídios: 26 (2008); 21 (2009); 12 (2010). Taxa média: 71,2.
Búzios ainda é o município mais violento do estado. Enquanto a taxa estadual é de 26,2 (homicídios por 100.000 habitantes) a de Búzios é quase três vezes maior. Observem que em 2008 eram assassinados 2 buzianos por mês. Os dados de 2010 ainda são preliminares, mas indicam uma significativa redução. Mesmo assim, confirmando-se que tenha ocorrido 1 homicídio por mês na cidade em 2010, a taxa de 43,54 ainda superaria em muito a estadual.

2º) Cabo FrioNúmero de homicídios: 129 (2008); 142 (2009); 87 (2010). Taxa média: 65,1 (3ª do estado).

3º) Rio das OstrasNúmero de homicídios: 37 (2008); 45 (2009); 34 (2010). Taxa média: 39,3 (11ª do estado).    

4º) São Pedro da AldeiaNúmero de homicídios: 39 (2008); 31 (2009); 25 (2010). Taxa média: 37,1 (14ª do estado).

5º) AraruamaNúmero de homicídios: 40 (2008); 44 (2009); 35 (2010). Taxa média: 36,2 (16ª do estado).

6º) Arraial do CaboNúmero de homicídios: 4 (2008); 19 (2009); 6 (2010). Taxa média: 35,6 (17ª do estado).

7º) Iguaba Grande Número de homicídios: 7 (2008); 6 (2009); 11 (2010). Taxa média: 35,5 (18ª do estado).    


segunda-feira, 16 de abril de 2012

Apedrejaram o para-brisa do carro da presidente do PSOL de Búzios

"Tive meu carro apedrejado dentro do meu quintal ontem 13/04 ás 11.30 da manhã. Qdo corri pra ver o que havia acontecido, vi um homem alto e loiro montando numa moto preta e arrancando com a mesma.

O homem que fugiu, parou sua moto na porta da minha casa, quebrou um vazo grande de plantas, atirou uma pedra no parabrisas do meu carro e destruiu o hidrômetro da prolagos. Registrei a ocorrência na 127ª DP. Ao ser perguntada pelo inspetor Marcelo se eu desconfiava de alguém, apenas relatei que me causou surpresa o fato de ontem ter distribuído o Jornal Sol de Búzios  com matéria sobre a ação judicial que movo contra o Jornal Primeira Hora, ação esta, que veio a ser alvo de investigação do CNJ na comarca da cidade. Na próxima quarta feira irei a delegacia para um encontro com o Delegado Mario Lambert. Vou pedir pessoalmente a ele empenho da policia. Temo pela minha vida e de meu filho. Já enviei copia do Jornal Sol de Búzios ao CNJ na pessoa da Ministra Eliana Calmon, ao presidente da Comissão de Direitos Humanos da ALERJ o companheiro Marcelo Freixo e comuniquei o fato a corregedoria da Policia Civil no RJ.
Se púderem divulgar eu agradeço"

Beth Prata por email

Mais tarde Beth publicou no grupo PSol Búzios do Facebook: (http://www.facebook.com/groups/169547263110229/)



"Acabei de chegar da 127 DP de Buzios. Tive meu carro apedrejado dentro da minha casa por um homem que passou de moto as 13 h. Por sorte minha vizinha anotou a placa da moto. vamos chegar nos criminosos. A policia ja tem pistas. estão querendo me intimidar pelas denuncias que fiz no Jornal SOL DE BÚZIOS".

quarta-feira, 21 de março de 2012

Comissão vai pedir criação de batalhão da PM na Região dos Lagos


A criação de um novo batalhão da Polícia Militar em Cabo Frio e a implantação de uma Delegacia Legal em Tamoios, distrito do município, foram discutidas em audiência pública conjunta das comissões de Defesa dos Direitos Humanos e de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), presididas respectivamente pelos deputados Marcelo Freixo (Psol) e Zaqueu Teixeira (PT). O evento foi realizado nesta segunda-feira (20/03), na Câmara Municipal de Cabo Frio. Os pedidos foram motivados pelo aumento da violência na Região dos Lagos. Marcelo Freixo disse que marcou uma reunião com o secretário de Estado de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, para discutir as questões abordadas. “Isto será fundamental para que sejam passados os problemas levantados na audiência, com o objetivo de diminuir a violência”, contou.
Casos como a agressão sofrida pelo jornalista Aluísio Santiago, em fevereiro do ano passado, em Arraial do Cabo, foram discutidos na audiência, bem como o assassinato do vereador Aires Bessa, morto a tiros no ano passado em Tamoios, a morte da advogada Isabel Machado, que foi assassinada em casa no mês passado, a atuação de milícias e a existência de cemitérios clandestinos foram outros casos relatados durante a reunião. “O encontro foi muito positivo e importante para garantir a melhoria dos equipamentos de segurança no local. A criação de um novo batalhão vai contribuir para melhorar o policiamento nos municípios. A Delegacia Legal em Tamoios vai facilitar a vida dos moradores que hoje precisam se deslocar para Cabo Frio ou Búzios para registrar as ocorrências”, explicou o vice-presidente da comissão, deputado Jânio Mendes (PDT).

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Erir Ribeiro, e o subchefe administrativo da Polícia Civil, Sérgio Caldas, que participaram da audiência, garantiram que vão levar as reivindicações da população da Região dos Lagos para o secretário Estadual de Segurança, José Mariano Beltrame. Caldas garantiu que as obras da Delegacia Legal de Cabo Frio vão começar nos próximos dias, e acrescentou, ainda, que a região irá ganhar uma unidade especializada, uma Delegacia de Homicídios. “Com uma unidade informatizada e integrada a todo o sistema, ficará mais fácil levantar os casos de violência em Tamoios, o que viabilizará a implantação de uma Delegacia Legal naquela região”, disse. Participaram da reunião, ainda, o deputado Iranildo Campos (PSD), membro da Comissão de Segurança, além do deputado federal Dr. Paulo César (PSD-RJ) e o vereador cabofriense Luiz Geraldo (PPS).

Fonte: "ALERJ"

terça-feira, 8 de março de 2011

A questão da violência em Búzios 2

O delegado de Búzios, Mário Lamblet, em entrevista ao JPH, de 05/03/2011,  na mesma linha do prefeito Mirinho Braga,  afirma que o estudo “Mapa da Violência 2011”, feito pelo Ministério da Justiça, estaria distorcido porque considera como de Búzios ocorrências de Cabo Frio. Isso teria ocorrido porque a delegacia daqui estaria muito mais próxima de alguns bairros violentos  de Cabo Frio do que a delegacia de lá. Mas o estudo- muito comentado, mas pouco lido- em nenhum momento fala em usar registros de queixas à polícia. Esses registros, “como ficou evidenciado em nossa pesquisa no Distrito Federal, têm uma abrangência extremamente limitada. Nos casos de violência física, só 6,4% dos jovens denunciaram à polícia; nos casos de assalto/furto, foram somente 4%; nos casos de violência no trânsito, apenas 15%”. O Estudo utiliza o SIM- Sistema de Informação de Mortalidade- gerido pelo Departamento de Análise de Situação de Saúde, da Secretaria de Vigilância em Saúde, porque ele “centraliza informações sobre os óbitos em todo o país, e cobre um universo bem abrangente das mortes acontecidas e de suas causas”. 
Mesmo que utilizássemos os dados divulgados pelo delegado ainda assim Búzios seria considerada uma cidade violenta. Segundo os  dados fornecidos por ele, calculando-se o número de homicídios por 100 mil habitantes teríamos  62,9 em 2006, 66,6 em 2007 e 81,4 em 2008. Até o baixo número de homicídios de 2010- 12 homicídios- daria um índice  44,4, superando o índice estadual, 34,0, e o nacional, de 26,4. Todos os dois são índices de 2008. Portanto, mesmo com os dados policiais, não dá para concordar com o prefeito Mirinho Braga de que “a segurança hoje na cidade é boa”.
O que o prefeito Mirinho Braga precisa é parar de arranjar desculpas para o seu desgoverno e reconhecer que o problema existe. Como recomenda o estudo: “Conhecer – ou reconhecer – os problemas e sua magnitude é um passo imprescindível para agir no sentido de equacioná-lo. E estamos falando aqui de um dos direitos humanos fundamentais: o direito à vida, sem o qual nenhum dos outros direitos tem o mínimo sentido ou significação.”
Se ele visitasse o site do Ministério da Justiça, ficaria sabendo que o estudo está muito mais preocupado com o diagnóstico da violência entre a juventude (15 a 24 anos) do que com a violência em geral. Isso está claro no subtítulo do  estudo: “Mapa da Violência 2011 – Os Jovens do Brasil”. 
Para quem não leu, aí vão algumas conclusões do estudo: 
Em primeiro lugar, o estudo revela que a violência entre os jovens no Brasil já virou um problema muito grave. Qual é a situação entre jovens de Búzios? “Se a magnitude de homicídios correspondentes ao conjunto da população já pode ser considerada muito elevada, a relativa ao grupo jovem adquire caráter de epidemia".
Em segundo lugar, os dados do estudo indicam que houve “notórios avanços na contenção da violência homicida” nos grandes centros e capitais como São Paulo e Rio de Janeiro a partir de 2003. Mas eles “ estão sendo contrabalançados por fortes crescimentos em outras áreas, num movimento rumo às cidades do interior, que o estudo identifica como interiorização. Ou também rumo a Estados até o momento considerados de baixo ou médio potencial, num processo que o trabalho denomina espalhamento. Em ambos os casos, a resultante foi um deslocamento dos pólos dinâmicos da violência rumo a locais com menor presença do Estado na área de segurança pública".
Finalmente, conclui que essa interiorização e espalhamento “conformam situações bem diferenciadas quando se tratam de pólos de desenvolvimento do interior, atrativas de população e investimentos que, perante a limitada presença do poder público, atrativas também para a criminalidade e a violência;  ou municípios com domínio territorial, em maior ou menor medida, de quadrilhas, milícias e/ou tráfico; ou, tanto ou mais importante que as anteriores, municípios e áreas onde impera uma sólida cultura da violência: crimes chamados “de honra” e/ou crimes de proximidade”.
O que o prefeito Mirinho Braga precisa, se não quisermos ver Búzios mal colocada nos próximos Mapas da Violência, é elaborar propostas para dar aos jovens alternativas às drogas, à exclusão educacional, cultural e laboral.

terça-feira, 1 de março de 2011

A questão da violência em Búzios 1

No jornal Folha dos Lagos de hoje (dia 1/3/2011) o prefeito Mirinho Braga afirma que Búzios não é uma cidade violenta como foi retratada na matéria publicada no último sábado pelo jornal O Globo. Para ele, nosso município é um território de "paz e tranquilidade". Existiriam dois culpados  pela posição do município no ranking da violência: a oposição ao seu governo e ocorrências de Cabo Frio feitas em Búzios. A  oposição teria "encomendado" a publicação do jornal. Os registros de ocorrências policiais de Cabo Frio (Tamoios e Maria Joaquina) teriam sido feitos em Búzios devido à proximidade da delegacia (127ª DP). O  vereador Lorram, governista, segue a mesma linha de raciocínio do prefeito vendo "motivações políticas" na matéria. Até o presidente da câmara, Joãozinho Carrilho, considerado um vereador de oposição, diz que houve exagero, pois não acha que Búzios seja "uma cidade violenta, conforme descrito na pesquisa".

Nosso prefeito se engana porque está muito mal informado. A pesquisa em nenhum momento fala em registro policial.  Até porque os dados coletados a partir dos registros policiais não são confiáveis. Há muita subnotificação. "Todos os dados são oriundos do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), sistema este gerido pelo Departamento de Análise de Situação de Saúde, da Secretaria de Vigilância em Saúde, em conjunto com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde. As Secretarias de Saúde coletam as Declarações de Óbitos dos cartórios e entram, no SIM, as informações nelas contidas. Uma das informações primordiais é a causa básica de óbito, a qual é codificada a partir do declarado pelo médico atestante, segundo regras estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde” (Ministério da Saúde).

O prefeito Mirinho Braga também coloca o levantamento em dúvida porque a pesquisa se refere ao ano de 2008, três anos atrás. Se fosse simplesmente percorrer delegacias recolhendo dados, realmente a pesquisa seria rápida. Ocorre que o trabalho consiste em coletar dados de cartórios. Isso é feito pelas secretarias de saúde, tanto estaduais quanto municipais. São mais de 5.600 municípios. É justamente por isso que a pesquisa é demorada. Não se consegue em um determinado ano compilar os dados do ano anterior. Precisa-se de uma margem de dois a três anos para se obter um resultado confiável. Os dados são checados depois.

Nosso prefeito diz que não vai levar a pesquisa "em consideração". Com isso  seu governo fica imobilizado diante da questão. Como continuaremos sem uma política pública de segurança para enfrentar o problema da violência em nosso município, a tendência é que ela aumente. Morrerão muito mais jovens, pois a maioria dos "óbitos por causas externas" é de jovens na faixa de 20 a 29 anos. Em 2006, morreram 6, de um total de 23 mortes. Em 2007, 8, também em 23. E, em 2008, mais 8. Do total de mortes, 16 foram por "disparo de arma de fogo de mão", em 2006. Vinte (20), em 2007, e 16, em 2008. Dez (10) morreram em "via pública" e 7 no "domicílio", em 2006 e em 2007. Essa é a realidade prefeito. O prejuízo para o turismo será muito maior no futuro do que o que se acredita que tenha sido causado agora pela divulgação da pesquisa.  

Parece que nosso prefeito, além de mal informado, também está ficando paranóico. Tudo o que acontece de ruim na cidade é por culpa da oposição. Dessa forma, fantasiando a realidade, corre o risco de ser atropelado por ela.  

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domingo, 24 de outubro de 2010

As “agressões” na Região dos Lagos

Post 090 do blig
Data da publicação: 24/06/2010 23:37

Quando entrei no site do DATASUS (http://www.datasus.gov.br/) para pesquisar dados relativos à saúde de Búzios fiquei impressionado com o alto número de óbitos provocado por “causas externas”. Por causas externas, o Ministério da Saúde considera os “acidentes de transporte, lesões acidentais e autoprovocadas, agressões, intervenções legais e operações de guerra, eventos cuja intenção é indeterminada, complicações de assistência médica e cirúrgica, sequelas de causas externas e fatores suplementares relacionados a outras causas”. As mortes provocadas por esses meios são codificadas utilizando-se a Classificação Internacional de Doenças – CID-10.

O número de óbitos por causas externas só ficava atrás do total de óbitos causados por doenças do aparelho circulatório. E a causa “agressão” chamava a minha atenção entre as causas externas de mortalidade. Ela poderia ser causa de morte “por meio de drogas medicinais e substâncias biológicas, de substâncias corrosivas, de gases e vapores, de material explosivo, de fumaça, fogo e chamas”. Cada meio desse recebia um código começando com x ou y. A “agressão” que mais provocou mortes entre os moradores de Búzios, em 2007, foi a X93 – “agressão por disparo de arma de fogo de mão”. Ela fez vinte mortes entre os moradores de Búzios e dezoito entre os não residentes.  Temos também a agressão  X95 – “agressão por disparo de outra arma de fogo ou não especificada (NE)”. Dois não residentes morreram por esse motivo. A agressão X99 – “agressão por objeto cortante ou penetrante”- provocou a morte de duas pessoas, sendo uma residente. A “agressão por meio de um objeto contundente” – agressão Y00- fez duas mortes, sendo uma delas de  residente. E, finalmente , a agressão Y09 – “agressão por meios não especificados”- que matou mais três pessoas. Duas eram não residentes. 

Somando-se todas as formas de agressão  tivemos 48 óbitos  em 2007, sendo 23 de moradores e 25 de não residentes.  Não é muito?

É importante que se abra uma discussão sobre essa questão da “agressão”. A violência está aumentando em nosso município?  E na Região? É preciso que se colete dados de todos os municípios da nossa Região (Baixadas Litorâneas) a partir de determinado ano, para que se possa fazer estudos comparativos.

Uma observação quanto à origem dos dados: “os dados disponíveis são oriundos do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), sistema este gerido pelo Departamento de Análise de Situação de Saúde, da Secretaria de Vigilância em Saúde, em conjunto com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde. As Secretarias de Saúde coletam as Declarações de Óbitos dos cartórios e entram, no SIM, as informações nelas contidas. Uma das informações primordiais é a causa básica de óbito, a qual é codificada a partir do declarado pelo médico atestante, segundo regras estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde” (Ministério da Saúde).


179 (090)

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Violência na Região das Baixadas Litorâneas

Post 091 do blig
Data da publicação: 25/06/2010 21:14

Em 2007, morreram 140 moradores de Búzios. As principais causas das mortes foram: 1) doenças do aparelho circulatório, com 37 mortes (26,4% do total); 2) causas externas de morbidade e mortalidade que, juntas, totalizam 35 mortes (25%); e 3) neoplasias (tumores), com 22 mortes (15,7%). Fenômeno semelhante ocorre  nos outros municípios da Região das Baixadas Litorâneas e no Estado do Rio de Janeiro. Como disse no post anterior, estou preocupado e vou analisar aqui os dados recolhidos no site do DATASUS sobre a questão da “agressão”. Na verdade, as vinte e três (23) mortes que aconteceram em 2007 sob esta rubrica são homicídios. O meu trabalho foi muito facilitado porque existe uma janela no site do DATASUS chamada “sala de situação” que traz o número de óbitos por homicídio em cada município, estabelecendo uma taxa do número de óbitos da população residente por 100.000 habitantes.

Por esse critério Búzios é o  município mais violento da Região quanto à ocorrência de homicídios. As 23 mortes de 2007 dão uma taxa de 93,01, bem superior à taxa do estado (36,6) que registrou 5.767 homicídios nesse ano. A região sudeste com 17.570 mortes ficou com uma taxa de 21,97. O Brasil com 46.331 homicídios teve taxa de 24,47.

Para facilitar a apresentação dos dados, o número colocado entre parênteses depois da taxa corresponde ao número de mortes daquele ano. 

Búzios tinha uma taxa de 55,51 (11) em 2002.  Caiu para 29,17 (6) no ano seguinte. Subiu para 56,30 (12) em 2004. Continuou subindo em 2005, alcançando a taxa de 99,95 (23). Nos anos de 2006 e 2007, o número de mortes foi o mesmo de 2005, o que fez a taxa se  manter praticamente constante. Variou pouco para baixo devido ao aumento da população.

Em segundo lugar  vêm os municípios de Saquarema e Rio das Ostras praticamente empatados com taxa 77 (50 mortes em Saquarema e 40 em Rio das Ostras). Em quarto lugar, temos Cabo Frio com taxa 70,58 (121). Depois, vem São Pedro da Aldeia com taxa 44,44 (36). As taxas de Casemiro de Abreu (9 mortes) e Iguaba Grande (8 mortes)  ficam próximas das taxas do Estado do Rio de Janeiro (36).

O município menos violento da nossa Região é Arraial do Cabo. Taxa de 21,99 (6), muito próxima da taxa do Brasil e da  Região Sudeste. 

Observação: as taxas preliminares de 2008, ainda sujeitas  a alterações,  mostram redução em todos os municípios, com exceção de Cabo Frio cuja taxa aumentou para 72,52 (131). Búzios, por exemplo, reduziu  sua taxa de 93,01 para 64,98 (18). Bom sinal, mas ainda um índice alto.

Ver: "As 'agressões na Região dos Lagos"
Ver: "A questão da violência em Búzios 1"

091-259