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segunda-feira, 5 de junho de 2017

Razões do impeachment

Como político de esquerda, sou democrata radical. O socialismo ou é democrático ou não é socialismo. Sou democrático e radical, porque, como todo socialista que se preze, luto para mudar profundamente a estrutura social do país. Não se quer apenas obter mais liberdade- fundamental-, mas se luta também para diminuir as desigualdades, retirando milhões de pessoas da miséria, inserindo-as como participantes efetivos do processo econômico-social da nação. 

Como democrata radical, sempre defendi que a vontade popular manifestada nas urnas deve ser respeitada, a menos que seja provado que o processo eleitoral foi fraudado. Em eleições limpas e democráticas, vale a soberania popular. Que o escolhido livremente pelo povo governe e realize o seu programa de governo durante o período de seu mandato, sempre em busca da melhoria de condições de vida do povo. E que, findo o governo, em novas eleições, o povo o julgue, dando um novo mandato ou escolhendo outro nome para governar a sua cidade.

Entretanto, tem um porém. Sempre tem um porém. E se o Prefeito resolver praticar malfeitos descaradamente, enriquecendo a si e aos seus mais próximos? E se, por causa desses malfeitos, faltar remédios nas unidades de Saúde, o único hospital da cidade ser fechado fazendo a taxa de mortalidade hospitalar disparar, faltar uniformes para as crianças, a merenda escolar oferecida ser de baixa qualidade nutritiva, faltar mobilidade urbana por pura omissão do governo, serem ofertados serviços públicos de péssima qualidade e não se resolver nenhum problema estrutural (segurança, saneamento, transporte, regularização fundiária, invasões de terras, meio ambiente, etc) do povo buziano? O que fazer?

Esperar a Justiça tomar a providência de afastá-lo do cargo? Ela, a Justiça, tem seu tempo próprio. A Justiça de Búzios já afastou Dr. André por três vezes. E não só ele. O atual Vice também foi afastado por duas vezes, quando exercia o mandato de Vereador. Mas tem uma "coisinha" que dificulta a ação da Justiça. Ambos, Prefeito, Vice, e os vereadores gozam do medieval foro privilegiado. Com o foro especial por prerrogativa de função, um possível julgamento do Prefeito será jogado lá pras calendas gregas. Com certeza, durará mais do que o tempo de seu mandato. Enquanto isso, o povo seguirá desgovernado rumo ao abismo social. A cidade será destruída, o povo agonizará na porta do hospital fechado, nas imensas filas da policlínica e os malfeitos serão repetidos impunemente. O que fazer? Ficar de braços cruzados e esperar a decisão dos Desembargadores?

Como se costuma dizer, os legisladores foram sábios prevendo medidas extremas para casos extremos. Em até 90 dias, o Prefeito poderá ser afastado definitivamente do cargo. Imaginem o quanto do sofrimento do povo de Cabo Frio poderia ter sido poupado, se o desgovernante anterior tivesse sido "impichado". Mas para que tal acontecesse um pré-requisito se fazia necessário: era necessário uma Câmara de Vereadores independente e fiscalizadora. A despeito do sofrimento do povo cabofriense, a "turma do amém" lhe deu as costas e sustentou politicamente o desgoverno por todo seu desmandato de caos e miséria. A que preço?

Em Búzios, felizmente, pela primeira vez na sua história, o pré-requisito existe. Nas últimas eleições, saiu das urnas um grupo político unido e comprometido com a fiscalização da cidade- o G5. Todos foram eleitos por coligações de oposição ao atual Prefeito. E assim permaneceram. Coisa rara, já que é costume o vereador ser cooptado pelo alcaide em nome da governabilidade, logo no início do mandato. (Foi o que aconteceu na legislatura passada. A coligação do prefeito elegeu apenas dois vereadores, mas concluiu seu mandato com sete vereadores lhe dando sustentação política). E todos sabem a que preço! Dá pra imaginar os mundos e fundos que o governo deve ter oferecido para que um deles do G-5- apenas um- se bandeasse para o lado do prefeito. Por que o Prefeito não conseguiu?

Não existe outra resposta. Não passaram para o lado do governo, apesar das propostas mirabolantes, porque ouviram o clamor do povo nas ruas, nas vans, nos bairros, por todos os cantos do município. Nunca na história de Búzios tivemos um prefeito (re) eleito com tão poucos votos e tão rejeitado. Pouco menos de um quarto dos eleitores votaram em André.

Para os vereadores do G-5 ficou claro que o desgoverno atual é muito ruim, não dialoga com ninguém, nem mesmo com os vereadores da sua base. Não ouve a ASFAB - entidade representativa dos funcionários públicos municipais. O desgoverno governa apenas para os seus. Para o povo, desgoverno. Conforme provado pela CPI do BO, o desgoverno, em início de mandato, fraudou mais de 20 licitações, gerando um prejuízo de aproximadamente 34 milhões de reais aos cofres públicos. Um desgoverno nestas condições não pode mais continuar desgovernando a cidade. O Prefeito precisa deixar sua cadeira para que a cidade não seja destruída e o povo buziano recupere a sua auto-estima. E volte a sorrir.

Comentários no Facebook:
Ginho Búzios Sábias palavras
Responder20 h
Eduardo Moulin Palavras totalmente coerente e o que penso também parabéns Prof. Luiz!
Responder16 h
Julian Wydler Só para sumar coisas que faltam na area da saude., na clinica da familia(vila verde)., o dentista não pode fazer por exemplo extrações porque nao tem anestesia., e não e de un dia que falta., faz muito tempo so faz receita porque nao pode operar....
Foi informado hoje., que por um problema de saude., no qual foi atendido de emergencia no Hospital (ontem), nada a reclamar do trato no hospital., foi indicado a seguer un encaminhamento para o gastroenterologo., que para mi surpresa Buzios não tem.
Sem contar que os medicamentos receitados no valor de quase 200 reais foram comprados no drogaria porque dos 6 so tinham 2.