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segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

A culpa é do povo?

Móvel de rua, foto myximoveis.com

Tenho visto muita gente boa que defende o governo atual jogar parte da responsabilidade pelos problemas da cidade nas costas do povo. Segundo essa gente, o povinho buziano ignorante e miserável, que não concluiu nem mesmo o segundo grau e que ganha até três salário mínimos mensais, é que é culpado por muitas das mazelas da cidade. Para esses dignos representantes da classe média buziana que apoiam o prefeito, o governo não deve ser criticado, porque faz a sua parte. O povinho ignorante e miserável é que não colabora. Ele é que é culpado por muitos dos problemas da cidade, por não fazer a sua parte. Para esse pessoal, o governo faz a sua obrigação a contento, mas enquanto o povo não colaborar fazendo a sua parte também, muitos dos problemas da cidade não serão resolvidos.

Esse povinho não faz a sua parte mas, segundo essa classe média andrezista, gosta de ficar pelas esquinas reclamando do governo. Diz que a cidade está suja, mas joga lixo na entrada de suas ruas a hora que quer. Geralmente descarta o lixo depois que o caminhão da coleta passou. Por falta de cultura, ou por uma cultura atrasada, tem o hábito de jogar qualquer bugiganga nas ruas em frente de suas casas, como sofás , fogões, camas e colchões velhos. Desse jeito não tem como manter a cidade limpa, por mais que o governo tente, dizem eles.

Da mesma forma, na área da saúde, não se consegue um controle eficaz da dengue porque esse povinho ignorante e miserável cisma de deixar água acumulada em reservatórios para servir de criadouro do mosquito.

Também já vi essa classe média andrezista colocar parte da responsabilidade da poluição de nossas praias e lagoas nas costas desse povinho que liga seu esgoto na rede de águas pluviais. Como se a elite da cidade não fizesse isso também.

Esse povinho também é responsável por problemas de abastecimento de água e luz, porque vive roubando (gato) as concessionárias Prolagos e Ampla. Reclama de serviços públicos ineficientes, mas não gosta de pagar IPTU. Como se a classe alta também não sonegasse impostos.
Tudo isso é verdade, mas há um porém. Esse povinho é ignorante e miserável porque quer? Por outro lado, se fosse um povo culto e não miserável teria estes mesmo hábitos? Ou, em última instância, encontra-se nessa situação por responsabilidade dos governos que teve? Um governo municipal existe para o quê? Não é para elaborar políticas públicas para melhorar a educação, a cultura e renda dos moradores da cidade. Ou será que o governo quer que o povo continue ignorante e miserável? 

Pois, se não quiser, o governo tem uma série de instrumentos legais (Código de Postura, etc) para combater esses maus hábitos populares. Se não o faz, a culpa não pode ser atribuída ao povo. Portanto, toda a responsabilidade é do governo.

PS: Certa feita li um artigo de um repórter de um famoso jornal buziano em que ele se posicionava como um culto crítico do zé povinho defendendo o governo. Contava ele que uma senhora idosa foi parar no hospital com a perna quebrada por ter tentado pular um muro. Não falou o motivo, mas usou o caso como exemplo de atos de pessoas ignorantes que causam despesas desnecessárias para o governo. Obviamente, concluiu que uma velha não deve de forma alguma pular um muro. Mas, acidentes apenas acontecem  com pessoas ignorantes?

Comentários no Facebook:

Eduardo Moulin Em Rio das Ostras tem caminhão da prefeitura e só marcar a data e eles recolhem os entulhos e lixos de grande porte eu recebia direto folhetos explicativos em casa anunciando o serviço inclusive por telefone se marcava, disque animal de rua, e dos mosquitos da dengue campanha maciça e outras tanto mais! Aqui em búzios não deve ter campanha por não ter os serviços! E a culpa e do povo humilde rs

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Faltou povo

Sessão Extraordinária da Câmara de Vereadores de votação do impeachment, dia  24/08/2017 

Sem povo na rua não se derruba prefeito. Durante todo processo de impeachment, alertei os vereadores do G-5 sobre a necessidade de se mobilizar a população buziana a favor da cassação do mandato do prefeito. Frisei que as reuniões da Comissão Processante deveriam ser públicas. E que os moradores de Búzios deveriam ser convocados por todos os meios possíveis, inclusive através de carros de som. Para facilitar a presença dos moradores, as reuniões deveriam ser marcadas para o horário noturno. Quem sabe, algumas delas poderiam ocorrer até mesmo nos finais de semana, com esse objetivo.

Pelo contrário, as reuniões foram marcadas para o horário comercial, em dias úteis. Pensava-se que assim se evitaria o comparecimento dos funcionários públicos municipais, por estarem em horário de trabalho. Acreditava-se que apenas com a convocação pelas redes sociais dos vereadores do G-5, se conseguiria lotar a assistência da Câmara. Ocorreu justamente o contrário. O prefeito encheu a Casa Legislativa com a sua clientela política de funcionários comissionados e contratados. Convocados pelo G-5, compareceram apenas alguns de seus assessores. No dia da derrota do impeachment, os vitoriosos, como se fossem donos da Câmara de Vereadores, comemoraram fazendo um churrasco nas proximidades da Casa legislativa. Com direito a batucada e tudo.

Sei da dificuldade de se mobilizar a população buziana. Já fui presidente de partido em Búzios e, durante meu mandato, tinha como meta principal realizar manifestações massivas de rua. Fracassei rotundamente. Acreditei que os vereadores do G-5, diferentemente de mim, por terem votos, pudessem mobilizar entre 300 e 400 eleitores seus. O que, para mim não seria tarefa das mais difíceis, já que os cinco tiveram aproximadamente três mil votos nas últimas eleições, se somarmos os votos de cada um.

Mas nada. E aí deu no que deu. Dois vereadores não cumpriram com suas palavras. E um, eleito pela oposição, traiu seu eleitorado, sem a menor cerimônia, saindo da Câmara na maior cara limpa. Sem povo, sem olhos nos olhos, fica fácil mudar o voto. Sem a pressão da população, pode-se facilmente desrespeitar a vontade popular.

Quem conhece a realidade sócio-econômica buziana é capaz de entender a dificuldade em se conseguir que o povo buziano ocupe ruas e praças reivindicando seus direitos. E, porque não, se manifestando pela derrubada de um prefeito que, segundo a CPI do BO e o MP-RJ, cometeu muitos malfeitos? Mas como conseguir trazer para as ruas uma população onde quase 50% não tem o ensino fundamental completo e tem renda de até dois salários mínimos mensais? Como mobilizar moradores tão carentes, com grande parcela de subempregados, sem carteira de trabalho assinada, sem boa Educação e Saúde eficiente?

Acrescente-se a essas carências sócio-econômicas, a ideologia do medo imposta aos cidadãos buzianos pelos nossos três prefeitos ao longo desses anos de emancipação. “Para os amigos, todas as facilidades; para os adversários, o rigor da Lei”, sempre foi o lema deles. Dessa perseguição política por parte do Executivo, não escapa nenhum setor social.

Em 27/11/2011, escrevi o post “A cidade do medo” (ver em "ipbuzios"), no qual descrevia o medo que os funcionários da prefeitura, sejam contratados ou comissionados, tinham de perder o emprego. Mesmo funcionários concursados temiam participar de qualquer manifestação com medo de sofrerem retaliações, tais como serem transferidos para locais distantes de suas residências ou para setores que nada tivessem a ver com suas carreiras. Setor de arquivo, almoxarifado, por exemplo. É como se tivessem medo de serem colocados de castigo pelo pai/patrão/prefeito. Sabiam que não podiam ser demitidos, mas temiam, e como, ser castigados.

Alguém pode pensar que somente o trabalhador de Búzios tem medo de exercer a sua cidadania porque pode perder o emprego, por pura dependência econômica. Não há nada mais falso. Grande parte do empresariado da cidade também tem medo. Muito medo. Muitos por estarem ilegais, sem alvará, sonegando impostos, sem assinar carteira de seus empregados, sem pagar horas extras e se apropriando das gorjetas de seus funcionários.
Quanto mais ilegal estiver o empresário, melhor para o prefeito. Quanto mais rabo preso, menor capacidade de protestar. Diante de qualquer ensaio de rebeldia, é só mandar a fiscalização sanitária fazer uma visitinha em sua cozinha. Ou mandar a fiscalização do ISS dar uma olhadinha em seus livros-caixas.  Ou a fiscalização urbanística ver se ele construiu algum puxadinho sem licença. Ou a fiscalização da postura ver se tem alguma mesinha a mais do lado de fora. Isso quando fiscalizações estaduais (ICMS) e federais (trabalhista) não dão uma forcinha extra. 
Da mesma forma que domina grande parcela das famílias buzianas com os empregos públicos- como se esses empregos fossem seus-, com as ilegalidades empresariais consentidas- que não são poucas- nosso prefeito domina o patronato também.
Nessas condições nunca teremos povo nas ruas e praças de Búzios lutando por seus direitos ou contra os desmandos do Prefeito. E sem povo na rua, nunca teremos impeachment em Búzios.
Observação:

Por falar em impeachment, amanhã estarei com o Presidente da Câmara de Búzios Cacalho, para me inteirar da denúncia do advogado de defesa do prefeito de que supostamente teria plagiado trechos de obras sem citação dos autores em minha Denúncia.   

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Buzinildo 12

Buzinildo 12

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José Vinícius S Gralato

23 minutos atrás  -  Compartilhada publicamente
 
Eu já não gosto de quem enriquece às custas do dinheiro do povo através de mandatos, desses eu sei de onde vem o $$$, do nosso bolso, através de incompetência e improbidade.