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sábado, 21 de janeiro de 2017

HONRAR A MORTE DE TEORI ZAVASCKI

"Teori Zavaschi morreu, às vésperas de homologar as delações premiadas de executivos da Odebrechet que poriam o mundo político abaixo, praticamente sem exceções. Vou falar o que todo mundo cochicha, mas ninguém fala às abertas: certeza não existe, mas é quase certo que Teori tenha sido assassinado. Ora, vamos deixar destas manias crônicas que nós, brasileiros, temos. Nunca dizemos as coisas diretamente, nunca damos o nome de quem estamos falando, “adivinhando” que o leitor saberá dele. Sempre falamos obliquamente, de forma tortuosa, para não ofender susceptibilidades. E, acima de tudo, sempre buscamos soluções conciliatórias. Chega. Basta de conciliar. Tancredo foi um grande político, mas, no momento, precisamos de menos Tancredos Neves e mais Brizolas, mais Dom Pedros I´s.

A conciliação política se tornou um câncer a ser extirpado. Nós fomos o único país que não puniu torturadores da ditadura, sob o pretexto da “anistia conciliatória”. Bete Mendes teve de apertar a mão de seu torturador (o execrável Brilhante Ustra, então adido militar) quando foi visitar a embaixada do Brasil no Uruguai. Deixamos Evo Morales se apropriar de nossas refinarias para não causar problemas com a Bolívia. No passado, Jânio, precursor, e depois Jango, notório covarde, entregou o país aos militares para que não “houvesse guerra civil”. Pergunto eu, para um Jango morto: se não devo lutar pela democracia e justiça em meu país, o que, então, mereceria a minha luta?

Michel Temer indicará o Ministro que o julgará, já que seu nome foi citado textualmente no processo da Lava Jato quase uma centena de vezes. Ele vai ser denunciado, vai virar réu? Claro que vai, é óbvio, todo mundo no meio jurídico sabe disto. Mas ninguém diz. Ninguém quer se arriscar, ser chamado de irresponsável, etc, etc. Agem assim por atávica covardia. Assim como também agiram os Ministros do Supremo que se reuniram, às pressas, a pedido de  Sarney e sabe Deus quem mais, para salvar o pescoço de Renan Calheiros, a pretexto de “governabilidade”. Saibam, senhores ministros, que ponho em Vossos colos Excelênciais  a culpa, ao menos indireta, pela morte de Teori. Quando aceitaram esta reunião grotesca e se curvaram vergonhosamente ao Presidente do Senado, incidiram na hipótese – vou chamar assim – “Sonny Corleone”. No filme (“O Poderoso Chefão I”), o filho Sonny expõe divisão sobre um assunto na frente de outra “famiglia” mafiosa, e seu pai, em seguida, é vítima de atentado. Fácil entender: a partir do momento em que alguém da própria família indica quem é o empecilho para o acordo, fica fácil saber quem deve eliminado. Na fatídica reunião de nossos intrépidos Ministros, Teori  queria, de qualquer jeito – como todo juiz que se preze iria querer – que a decisão de Marco Auréiio fosse cumprida. Ele não iria deixar de falar isto, honrado e corajoso como era, em uma reunião para “salvar” um acusado. Nesta reunião, ficou claro quem era aquele que era “fechado”, “impossível de se conversar” (ouvi os termos por toda a imprensa nos dia seguintes). Seus colegas, naquele momento, colocaram um alvo em sua testa. O jogaram aos leões. Não de propósito. Não, pior que isto, fizeram isto agindo com medo, temor reverencial ao imperial Renan.

Esta aí, posto o fato. Teori morreu e fica todo mundo soltando declarações obliquas e cautelosas. “Tudo deve ser rigorosamente apurado”, blá-blá-blá. Não. Está na hora de alguém se dispor a ser processado, a perder cargo, a tomar porrada. Quem sabe coisa pior. Quem não sabe pelo que morrer, não merece viver disse, salvo engano, M. Luther King. Eu sei pelo que morrer, Teori Zavascki me ensinou. Honrarei seu legado".

José Eduardo Leonel Ferreira, 45, doutor em direito pela USP, mestre em direito pela PUC/SP, é juiz federal


Conspiração ou paranoia?



Após a morte do ministro do STF e relator da Lava Jato na Corte, Teori Zavascki, que homologaria na semana que vem as delações da Odebrecht, apareceram teorias conspiratórias a rodo na mídia. Conspiração ou paranoia? 

As teorias conspiratórias ganharam força com:

1) a lembrança do post no Facebook do filho de Teori Zavascki, Francisco, de maio de 2016,  no qual ele falava da existência de “movimentos dos mais variados tipos para frear a Lava Jato” e que “se algo acontecer com alguém da minha família, vocês já sabem onde procurar”.
2) o post no Twitter do advogado petista Adriano Argolo, horas antes da queda do avião com Teori, em que afirmava que a “delação da Odebrecht entregando políticos de vários países vai gerar assassinatos”. “Vou avisar porque depois vão culpar Lula e o PT.” O mesmo Argolo, em 22 de março de 2016, havia postado que “Moro vai levar um tiro no meio da testa e ninguém vai saber quem deu. A história é assim com tiranos arbitrários.”


3) o pedido de investigação a fundo feito pelo delegado da Polícia federal Marcio Adriano Anselmo, uma das principais figuras na força-tarefa da Lava Jato, que colocou a palavra acidente entre aspas no Facebook:  “Agora, na véspera da homologação da colaboração premiada da Odebrecht, esse ‘acidente’ deve ser investigado a fundo”.
"Ideal é que investigação sobre a queda do avião com Teori seja conclusiva e não deixe dúvidas, o que é difícil, mas possível. Precisamos saber se foi acidente (e as causas) ou sabotagem/ataque (e de quem)".
"Sem palavras para expressar o que estou sentindo. O ministro Teori lavou a alma do STF à frente da LJ, surpreendeu a todos pelo extremo zelo com que suportou todo esse período conturbado. Agora, na véspera da homologação da colaboração premiada da Odebrecht, esse "acidente" deve ser investigado a fundo", postou o delegado no Facebook.

4) o fato do avião de Teori ter sido seguido desde 3/1/2017

A PF investiga quem e porque acessou a foto na base de dados do Beechcraft em que Teori morreu.

A PF quer saber quem estava no avião no início de janeiro. Teori ? Se sim, quem mais?

O avião justificava que alguém sapecasse sua ficha 1,9 mil vezes num só dia ?

São perguntas que a PF se faz.

Claudio Tognolli






5) a declaração ao Estadão de Delci Zavascki Salvadori, 70 anos, irmã de Teori:

"Tenho medo de que possa ter muita coisa por trás. Quero que façam uma boa investigação."
E mais:
"A nossa família sempre esteve muito preocupada com o trabalho dele na Lava Jato, mas o Teori sempre nos dizia para ter calma, porque andava com muitos seguranças."


6) a entrevista à Rádio Estadão, de Francisco Zavascki, filho de Teori:


"É preciso saber se foi acidente ou não. Torço para que tenha sido um acidente, seria muito ruim para o país, extremamente pernicioso, que se imagine que um ministro foi assassinado. Que um juiz, seja ele de primeira instância, seja ele do Supremo Tribunal Federal, seja assassinado por causa de um processo que julgue”, afirmou para, então, finalizar com a afirmação que “eu torço para que tenha sido uma fatalidade, que tenha chegado a hora dele”.
Em maio, ele escreveu no Facebook que sua família estava sofrendo ameaças.
É obvio que há movimentos dos mais variados tipos para frear a Lava Jato. Penso que é até infantil imaginar que não há, isto é, que criminosos do pior tipo (conforme o MPF afirma) simplesmente resolveram se submeter à lei! Acredito que a lei e as instituições vão vencer. Porém, alerto: se algo acontecer com alguém da minha família, vocês já sabem onde procurar...! Fica o recado!".

7) com o fato de que PARA 83% A QUEDA DO AVIÃO DE TEORI ZAVASCKI FOI RESULTADO DE UM CRIME. PARA A MAIOR PARTE DOS ENTREVISTADOS, QUEDA DO AVIÃO FOI PROPOSITAL
Levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas revelou que 83,1% dos brasileiros acreditam que a morte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki foi resultado de um crime. Para os entrevistados, a queda da aeronave que levava o ministro relator da Lava Jato foi proposital.
Para outros 15,6% o acidente foi de fato uma triste fatalidade e 1,3% não souberam ou não quiseram responder.
O Instituto Paraná ouviu 2,8 mil pessoas de todo o País entre ontem e hoje, onde o nível de confiança é de 95% com margem de erro de 2% para mais ou menos.

8) a comparação feita nas redes sociais, por internautas, da política brasileira com o seriado da Netflix House Of Cards.
9) o post escrito por Gregório Duvivier, artista e colunista da Folha, conectando todos os fatos que circundam o falecimento do ministro.

"Teori Zavascki, o Ministro indicado ao STF por Dilma, relator da Lava-Jato na Corte, que no telefonema de Jucá e Machado onde se falava em 'estancar a sangria' da operação foi tratado como um homem que 'não tinha ligação com ninguém, um cara fechado, um burocrata'; que sofreu ameaças junto com sua família, que estava prestes a retirar o sigilo de mil delações em duas semanas, morreu hoje na queda de um avião. Detalhe: o fato ocorreu na mesma região onde também 'caiu' o helicóptero de Ulysses Guimarães. E agora, a relatoria da Lava-Jato no Supremo irá para o substituto de Teori que será indicado por... Temer, citado 43 vezes na Lava-Jato..."

10) o comentário feito pelo jornalista e vereador mais votado de Goiânia, Jorge Kajuru, sobre a morte do ministro Teori Zavascki

O vereador afirmou que tem a lista de todos os nomes que figuram na lista da Lava Jato e alertou:
Mataram o Teori por medo da Lava Jato”.
De acordo com o polêmico jornalista, “muita gente do PSDB e do PMDB estão nesta lista e eu darei para vocês em primeira mão […] são 42 nomes do PSDB, 48 do PMDB e 56 nomes do PT.
Portanto, mataram o Teori” (…) mataram o Teori com medo da Lava Jato”, disse Jorge Kajuru.

11) o  post na rede social facebook feito pelo ex-presidente do STF que mostra que ‘a coisa’ é mais séria do que podemos imaginar Na noite do dia 19, Joaquim Barbosa emitiu sua opinião sobre o trágico acidente aéreo que vitimou o ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato.
"O que mais precisa acontecer para definitivamente nos conscientizarmos de que estamos sendo governados por criminosos?
Em confirmado este crime, está mais do que na hora da Min Carmen Lúcia pedir a intervenção’"

12) a mensagem enigmática postada pelo senador José Medeiros (PSD/MT) pouco antes da confirmação da morte do ministro Teori Zavascki: