Mostrando postagens com marcador Bolsa Família. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Bolsa Família. Mostrar todas as postagens

sábado, 10 de julho de 2021

Pobre cidade rica: Raio X da miséria e da má gestão

Neste ano (2021), entre janeiro e junho, foram disponibilizados pelo governo federal para Armação dos Búzios os valores abaixo. Um total de R$ 6.417.435,00.  Arraial do Cabo recebeu 5,5 mi; Araruama, 37,2; Cabo Frio, 40,2; Iguaba Grande, 4,7 e; São Pedro da Aldeia, 24,1 milhões de reais.  

Programas sociais disponibilizados para Búzios

O benefício médio recebido nos seis meses do ano por cada favorecido foi de R$ 2.534,53. O que significa R$ 422,42 por mês. Cada favorecido de Arraial do Cabo recebeu R$ 2.405,81; Araruama, R$ 2.501,11; Cabo Frio, R$ 2.453,71; Iguaba Grande, R$ 1.946,58 e; São Pedro da Aldeia, R$ 2.742,82.  

Média por beneficiário no ano em Búzios

2.532 moradores de Búzios são beneficiários dos programa sociais do governo federal. Em Arraial do Cabo são 2.282; Araruama, 14.912; Cabo Frio, 16.399 ; Iguaba Grande, 2.449 e; São Pedro da Aldeia, 8.791.


Quantidade de beneficiários

9,19% da população de Armação dos Búzios é favorecida por alguma política social do governo federal. Arraial do Cabo, 8,23%; Araruama, 13,31%; Cabo Frio, 8,81%; Iguaba Grande, 10,72% e; São Pedro da Aldeia, 10,00%

  

Percentual da população que recebe as políticas sociais do governo federal

Meu comentário:

Má gestão dá nisso. Estamos falando de pessoas que viviam em situação de extrema miséria. Com esses auxílios, passam a viver em situação de pobreza na rica e badalada Região dos Lagos. Alguns vivem dizendo por aí que o povo da região não sabe votar. Obviamente que votam com a consciência que possuem. Não com as nossas mentes esclarecidas. Quando o portador do voto não tem suas necessidades básicas atendidas ele não pode votar como a gente. Ele procura através do voto suprir alguma das suas necessidades básicas.  Só conseguirão votar "certo" no dia que conquistarem condições dignas de vida e não precisarem mais de auxílio de governo algum. A luta é essa: educação e políticas públicas de trabalho e renda.       

sábado, 9 de maio de 2020

A distribuição das cestas básicas não foi interrompida, garante o prefeito de Búzios André Granado

Cestas básicas guardadas no INEFI. Foto: Búzios Notícias



Na entrevista que concedeu ao site RC24h o prefeito de Búzios André Granado garantiu que em nenhum momento houve interrupção da distribuição das cestas básicas. Quem fez o cadastro social junto à Prefeitura de Búzios e não recebeu a cesta deve se dirigir à Secretaria de Assistencial Social para recebê-la. Da mesma forma receberão as suas cestas as pessoas que comprovarem estar passando por dificuldades financeiras.

Até o momento já foram distribuídas, segundo o prefeito, 6.500 cestas básicas para as pessoas cadastradas no Bolsa Família e para aquelas que se inscreveram no Cadastro Social (pessoas que ganham até 1 salário mínimo, desempregadas, ou passando por necessidades).

O prefeito disse na entrevista que segundo sua previsão as 19 mil cestas básicas seriam distribuídas ao longo de três meses, o que daria 6.300 cestas distribuídas por mês. O que fez a prefeitura dar uma "parada" quando atingiu o patamar de 6.500 cestas distribuídas. Mas que neste mês de maio se recomeçaria a distribuição da segunda cesta para as famílias que receberam a primeira no mês de abril.

Meu comentário: 
Portanto não houve interrupção na distribuição das cestas básicas, como alguns querem fazer crer, atribuindo a responsabilidade a uma vereadora, ou aos oposicionistas que fizeram denúncias ao MP, entre os quais me incluo. O que houve na verdade foi falta de planejamento do nosso desgoverno municipal.    

Veja a entrevista do prefeito no link "FACEBOOK"

Observação: você pode ajudar o blog clicando nas propagandas. E não esqueçam da pizza do meu amigo João Costa. Basta clicar no banner situado na parte superior da coluna lateral direita. Desfrute! 


domingo, 12 de abril de 2020

Na mensagem à Câmara, o prefeito de Búzios prometeu conceder cestas básicas à todas as famílias de estudante da rede pública

Mensagem do prefeito à presidente da Câmara de Vereadores de Búzios

Na mensagem nº 09/2020 enviada pelo Gabinete do Prefeito à vereadora Joice Costa, Presidente da Câmara de Vereadores de Armação dos Búzios, André Granado prometeu fornecer cestas básicas às "famílias de todos os estudantes da rede pública de ensino de Búzios que tenham as aulas suspensas em decorrência do Covid-19". Reparem que ele fala em "redes públicas", o que significa que pretendia abranger também as escolas estaduais e federais que por ventura funcionassem em Búzios. E foi com base nesse pedido do prefeito que os vereadores votaram com unanimidade no projeto de lei enviado pelo Executivo (Lei 1.541, de 31 de março de 2020). Lembram-se vereadores?
Revelando que somos governados por um prefeito sem palavra, a própria prefeitura publicou hoje em sua página oficial do Facebook que as cestas básicas não se destinam mais à todas  as "famílias de todos os estudantes da rede pública de ensino de Búzios que tenham as aulas suspensas em decorrência do Covid-19", mas apenas à uma muito pequena fração delas.
Hoje, para o prefeito, desdizendo o que publicou na mensagem, as cestas básicas destinam-se apenas a:
1) FAMÍLIAS DE ALUNOS, BENEFICIÁRIAS DO BOLSA FAMÍLIA
2) FAMÍLIAS QUE DERAM ENTRADA NO CADASTRO DA SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL, TRABALHO E RENDA
3) FAMÍLIAS DE ALUNOS DO COLÉGIO ESTADUAL JOÃO DE OLIVEIRA BOTAS, BENEFICIÁRIAS DO BOLSA FAMÍLIA
4) FAMÍLIAS EM DIFICULDADES QUE NÃO SE ENQUADRAM NAS CONDIÇÕES 1, 2 e 3
Restringir o fornecimento das cestas básicas às famílias beneficiárias do Bolsa Família significa atender a apenas 1.322 famílias, pois este é o alcance do programa em Búzios. Considerando que temos 9.091 alunos na rede pública municipal (creches: 516; pré-escola:– 1.003; anos iniciais: 3.002; anos finais: 2.713; ensino médio: 1.320; EJA: 398; educação especial:139), praticamente 8 mil famílias ficariam de fora do atendimento. Um pouco menos, se a prefeitura conseguir atender à alguns que ela chama de vulneráveis, como diz pretender.
Nenhum prefeito com a mínima sensibilidade social admitiria que na presente situação de crise econômica gerada pela pandemia do coronavírus, existiria algum estudante de escola pública em Búzios que não necessitasse de uma cesta básica. Qualquer prefeito com um mínimo de discernimento, saberia muito bem que nas escolas públicas de Búzios não tem nenhum filho de milionário, de empresário, de hoteleiro, de vereador, de político, etc. Só coloca filho em escola pública quem não tem recurso para colocá-lo em uma boa escola particular. Todo mundo sabe disso. Todo mundo sabe que esses país foram atingidos em cheio pela crise atual.
E não faltariam recursos para fornecer cestas básicas para todos, pois além das 20 mil cestas básicas adquiridas, ainda temos muito dinheiro público gasto na merenda, que praticamente não foi utilizada neste ano. Apenas a Milano recebeu R$ 621.895,14 para fornecer merenda por apenas dois meses, de 10 de fevereiro a 10 de abril. E a prefeitura vai pagar R$ 3.901.095,64 por um ano de merenda (ver pregão presencial nº 002/2020). Destes gêneros alimentícios (76 itens, incluídos entre eles carnes bovina, suína, de frango, de peixe), se poderiam facilmente fazer mais cestas básicas, o que por sinal foi feito na sexta-feira (10) para atender às creches Ernestina, Laurinda e Tia Ivonete na Cem Braças.
Por que o prefeito mentiu para os vereadores? Ou será que se está pretendendo poupar cestas básicas agora para distribuí-las mais a frente, bem pertinho do período eleitoral?       
Observação: você pode ajudar o blog clicando nas propagandas.

Meu comentário:
Apesar de o artigo 4º da Lei 1.541 prever que o prefeito irá regulamentá-la por meio de um decreto, ele não pode descaracterizar a essência da Lei aprovada pelos vereadores, que é a de beneficiar a todas as famílias dos estudantes que estão sem aula por causa do coronavírus, limitando os beneficiários aos familiares usuários do Bolsa Família ou aos que estão em situação de vulnerabilidade. 


quarta-feira, 10 de outubro de 2018

A obscenidade no Brasil que vai às urnas

Foto: Folha de São Paulo

Oxfam mostra que o país está a anos-luz da civilização

O Brasil que vai eleger novo presidente no dia 28 é uma tremenda vergonha, como se pode ver em dados recolhidos pela Oxfam, uma valiosa organização não-governamental.

Basta citá-los, com um ou outro comentário de contextualização:
1 -No ritmo em que o Brasil vem reduzindo a desigualdade, levará 75 anos para alcançar os níveis atuais de desigualdade do Reino Unido. E 60 anos para chegar ao ponto em que está hoje a Espanha nesse quesito.

Mesmo na comparação com os vizinhos, o país está 35 anos atrasado em relação ao Uruguai e um pouco menos (30 anos) na comparação com a Argentina.

Detalhe relevante: a Oxfam acredita que o Brasil reduziu a desigualdade nos últimos anos. É “fake news", conforme comprovou relatório do Banco de Dados da Renda e Riqueza Mundial, centro pilotado pelo economista francês Thomas Piketty.

Nele se vê que na primeira década deste século, os 10% mais ricos viram sua fatia da riqueza nacional subir de já opulentos 54% para 55%. Os 10% mais pobres também ganharam um ponto (de 11% para 12%), mas ainda assim tem-se a obscenidade de 10% levarem para casa cinco vezes mais riqueza que 50%.

2 - Diz a Oxfam que 28 milhões saíram da pobreza nos últimos 15 anos, “mas os ricos continuaram a ser beneficiar mais: entre 2001 e 2015, os 10% mais ricos representaram 61% do crescimento econômico".

Outro detalhe relevante: os anos 2001 e 2015 são, predominantemente, os anos do PT no governo. Logo, os ricos não deveriam ter razão para odiar o partido. Ganharam com ele.

3 - Quem ganha salário mínimo teria de trabalhar 19 anos para fazer a mesma quantidade de dinheiro que um brasileiro que fique entre os 10% mais ricos ganharia em apenas um mês.

4 - Os seis homens mais ricos do Brasil têm riqueza idêntica à dos 50% mais pobres (cerca de 100 milhões de pessoas). Os 5% mais ricos têm a mesma renda que os restantes 95%.

5 - Se os seis homens mais ricos do Brasil juntassem sua riqueza e gastassem 1 milhão de reais por dia, levariam 36 anos para empregá-la todinha. “Enquanto isso —diz a Oxfam —  16 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza".

Detalhe final: há várias maneiras de estabelecer uma linha de pobreza. A que me parece mais adequada é a que se pode comprovar no cadastro do Bolsa Família do Ministério do Desenvolvimento Social: ao terminar 2015, o último ano completo de governos do PT, havia 73 milhões de brasileiros vivendo com até meio salário mínimo. Em janeiro deste ano, já eram 77 milhões.


sábado, 25 de agosto de 2018

Bolsa Família na Região dos Lagos

Logo do blog

Podem se beneficiar com o programa famílias em situação de pobreza (renda por pessoa entre R$ 89,01 a R$ 178,00) ou extrema pobreza (renda por pessoa de até R$ 89,00 por mês) e que tenham em sua composição gestantes, nutrizes (mães que amamentam), crianças ou adolescentes entre 0 e 17 anos.

1º) Araruama - 12.170 pessoas (10,87% da população)
2º) Iguaba Grande - 1.977 pessoas (8,65%)
3º) Arraial do Cabo - 1.742 (6,29%)
4º) São Pedro da Aldeia - 5.303 (6,03%)
5º) Rio das Ostras - 6.286 (5,95%)
6º) Cabo Frio - 9.727 (5,22%)
7º) Armação dos Búzios - 1.336 (4,85%)

Dados de maio/2018

Fonte: Portal da Transparência do Governo Federal

Observação: a reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura "ipbuzios".

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

MPF suspeita de 188 beneficiários do Bolsa Família em Búzios


O Ministério Público Federal suspeita que 188 pessoas que recebem o Bolsa Família em Búzios tenham fraudado o Programa do Governo Federal. Do total de R$ 8.220.757,00 pagos pelos benefícios no município, calcula-se que R$ 652.788,00 (7,94%) tenham sido recebidos indevidamente. Búzios- terra das armações ilimitadas- é a cidade do estado do Rio de Janeiro que apresenta o maior percentual de recursos pagos a perfis suspeitos. 
Os perfis suspeitos foram classificados em cinco grupos: 1) falecidos; 2) servidores públicos com clã familiar de até quatro pessoas; 3) empresários; 4) doadores de campanha; e 5) servidores doadores de campanha (independentemente do número de membros da família).
No país, a Procuradoria achou 870 mil beneficiários suspeitos de R$ 3,3 bi do Bolsa Família.
 Um Raio-X do Ministério Público Federal aponta que, de 2013 a maio de 2016, pagamentos a 'perfis suspeitos' totalizam R$ 2,03 bilhões a empresários e R$ 25 milhões a falecidos.

O Ministério Público Federal expediu recomendações a 4.703 prefeituras para que realizem visitas domiciliares a mais de 870 mil beneficiários do programa Bolsa Família suspeitos de não cumprirem os requisitos econômicos estabelecidos pelo governo federal para recebimento do benefício.

Segundo o Raio-X Bolsa Família, projeto de iniciativa do Ministério Público Federal, de 2013 a maio de 2016, os pagamentos a ‘perfis suspeitos’ de irregularidades totalizam mais de R$ 3,3 bilhões. As informações foram divulgadas pela Secretaria de Comunicação Social da Procuradoria-Geral da República.
O Raio-X Bolsa Família é uma ação nacional coordenada pelas Câmaras Criminal e de Combate à Corrupção do MPF.
O diagnóstico sobre o maior programa de transferência de renda do governo federal, assim como as ações propostas e os resultados alcançados estão disponíveis no site www.raioxbolsafamilia.mpf.mp.br, divulgado nesta sexta-feira, 11.
Nele, será possível acessar a versão interativa* da ferramenta de inteligência desenvolvida pelo Ministério Público Federal e filtrar os dados selecionando unidades da federação e municípios.
As recomendações foram expedidas em todo o País no período de julho a setembro deste ano, com prazo de 60 a 120 dias para que os gestores municipais informassem o número de irregularidades confirmadas e de benefícios cancelados.
As respostas às recomendações ainda estão sendo recebidas e processadas pelo Ministério Público Federal.
Os casos suspeitos foram identificados por meio de ferramenta de inteligência desenvolvida pelo Ministério Público Federal a partir do cruzamento de dados públicos fornecidos pelo próprio Governo Federal, pelo Tribunal Superior Eleitoral, pela Receita e pelos Tribunais de Contas estaduais e municipais.
Dados. O diagnóstico apontou grupos de beneficiários com indicativos de renda incompatíveis com o perfil de pobreza ou extrema pobreza exigido pelas normas do programa.
O projeto do MPF analisou todos os valores pagos pelo Bolsa Família no período de 2013 a maio de 2016. Nesse ciclo, o programa pagou aos 21,4 milhões de beneficiários R$ 86,1 bilhões. Desse total de beneficiários, 874.115 foram considerados suspeitos.
O valor pago a perfis suspeitos foi de R$ 3,3 bilhões, sendo R$ 2,03 bilhões pagos a empresários; R$ 1,23 bilhões a servidores públicos com clã familiar de até quatro pessoas; R$ 25,97 milhões pagos a beneficiários falecidos; R$ 11,89 milhões a doadores de campanhas que doaram valores superiores ao benefício recebido; R$ 11,48 milhões a servidores públicos doadores de campanha (independentemente do valor da doação). Veja o infográfico com os dados nacionais e os gráficos separados por estado.
O Ministério Público Federal classificou Estados e o Distrito Federal de acordo com o porcentual de recursos pagos a perfis suspeitos, considerando o valor total recebido por aquela unidade.
O Estado com maior incidência porcentual de perfis suspeitos foi Roraima, com 8,89% de recursos do programa pagos. Já o Pará apresentou o menor porcentual de perfis suspeitos com relação ao total de recursos pagos pelo programa (1,62%).
Ainda de acordo com a análise do MPF, apenas 31 cidades não apresentaram indícios de pagamento suspeito. O Rio Grande do Sul é o estado com maior número de municípios para os quais não foram detectados indícios de irregularidade (com 20 municípios na lista), seguido de Santa Catarina (com seis), São Paulo (com três) e Minas (com dois).

Providências. Em 23 de maio, o MPF enviou comunicado à Secretaria Nacional de Renda e Cidadania (Senarc) no qual dava prazo de 30 dias para que órgão informasse as providências adotadas diante de inconsistências identificadas em pagamentos e perfis dos beneficiários do Programa Bolsa Família.
Após o comunicado, procuradores da República participaram, em 2 de junho, de reunião no Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário para discutir os problemas.
Na ocasião, foram recebidos pelo ministro Osmar Terra, pelo secretário executivo Alberto Beltrame e pela equipe responsável pelo Bolsa Família.
Por meio de portaria publicada em 22 de junho, foi instituído Grupo de Trabalho formado por várias instituições, com a finalidade de sugerir o aperfeiçoamento de rotinas de verificação de inconsistências e a qualificação das bases de dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário.
A convite do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, a Procuradoria da República não só expôs a metodologia de investigação utilizada no projeto Raio-X Bolsa Família, como também colheu sugestões para a melhoria de atuação futura.
O aprimoramento dos mecanismos de controle do programa implementado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário resultou, segundo anunciado pelo próprio governo federal, no cancelamento de 469 mil benefícios e no bloqueio de outros 654 mil”, informa a Procuradoria.

Em todos os casos, foi constatado que a renda das famílias era superior à exigida para ingresso e permanência no programa.
*A versão interativa da ferramenta soma os perfis suspeitos que aparecem cadastrados em mais de um estado, em mais de um município ou em mais de uma categoria. Portanto, a soma dos números de beneficiários pode variar. No total, são 909.672 benefícios suspeitos sendo pagos a 874.115 pessoas (beneficiários com Número de Inscrição Social – NIS).
Perfis de beneficiários considerados suspeitos pelo MPF
Falecidos

Estão nesse grupo os titulares (recebedores) de benefícios do programa Bolsa Família cujos CPF (Cadastro de Pessoa Física) ou NIS (Número de Inscrição Social) utilizados no cadastro foram identificados como pertencentes a cidadãos falecidos. A recomendação do MPF nesses casos é para que a prefeitura verifique, inclusive com visita local às famílias feita pelas prefeituras, se houve algum equívoco no momento do cadastro e se o recebedor do benefício de fato está vivo.
Servidores Públicos com clã familiar de até quatro pessoas

Integram esse grupo tanto os titulares do benefício, quanto aqueles que integram seu clã familiar, que são servidores públicos federais, estaduais ou municipais.
A condição de servidor, por si só, não impede que o cidadão se enquadre no perfil econômico exigido pelo programa para a concessão do benefício. Contudo, como a Administração Pública não pode pagar a qualquer servidor vencimento inferior ao salário mínimo, tendo o beneficiário declarado ter família com menos de quatro pessoas, conforme já apurado também pela ferramenta, o MPF entende que esses cadastros merecem ser revisados, com visitas prévia às famílias.
Doadores de campanha eleitoral (Doação maior que benefício)

Estão agrupados nesta categoria tanto os titulares do benefício, quanto aqueles que integram seu clã familiar, que aparecem, segundo dados do TSE, como doadores de campanha no mesmo exercício em que receberam o benefício do Governo Federal.
Assim como no caso dos beneficiários servidores, o fato de ser um doador não significa, por si só, que o beneficiário está em situação irregular ou não cumpre os requisitos de capacidade econômica exigidos para o recebimento do benefício. No entanto, quando o valor doado supera o valor recebido a título de Bolsa Família, é possível inferir que o beneficiário não precisa do dinheiro para sua subsistência. Daí a necessidade de revisão dos cadastros de beneficiários nessa condição, precedida de visita pela prefeitura.
Empresários

Foram incluídos nesse grupo tanto os titulares do benefício, quanto aqueles que integram seu clã familiar, cujos CPF (Cadastro de Pessoa Física) ou NIS (Número de Inscrição Social) utilizados no cadastro do programa estão vinculados a um ou mais CNPJs (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), indicando que são pessoas proprietárias ou responsáveis por empresas.
O MPF não descarta a possibilidade de haver pequenos empresários que atendam aos requisitos de hipossuficiência (pobreza ou extrema pobreza) exigidos pelo programa para a concessão do benefício, mas entende que, em tese, esses seriam poucos casos. A revisão cuidadosa do cadastro desses beneficiários, com visitas prévia pela prefeitura, torna-se necessária para um melhor controle do programa.
Servidores doadores de campanha

Compõem este grupo tanto os titulares do benefício quanto aqueles que integram o clã familiar informado que são, simultaneamente, servidores públicos (federais, estaduais ou municipais) e doadores de campanhas eleitorais, independentemente do valor doado.

Mateus Coutinho, Julia Affonso e Fausto Macedo


quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Pobres e miseráveis da Região dos Lagos

Antigo lixão de Baía Formosa, foto de marcostristao2

Tendo em vista que o Programa Bolsa Família (PBF) completou 10 anos de existência com 13,8 milhões de famílias beneficiárias e orçamento de 23 bilhões de reais, resolvi pesquisar o atual estágio do programa na nossa Região dos Lagos, incluindo, como sempre faço, o município de  Rio das Ostras para efeitos comparativos.

Como não poderia deixar de ser o município da Região dos Lagos que tinha menos miseráveis ("extrema pobreza" para o IBGE: aqueles que vivem com 1/4 do salário mínimo) em 2010 foi Rio das Ostras. Da sua população total, 6,27% (6.580 pessoas) viviam com até 1/4 do salário mínimo. 

Rio das Ostras também foi o município da Região que mais reduziu a porcentagem de miseráveis na década passada (2000-2010): 13,66% miseráveis em 2000 e 6,27% em 2010. Uma redução de 54%.

Rio das Ostras também foi o município que tinha menos pobres. Viviam em situação de pobreza (aqueles que vivem com menos de 1/2 salário mínimo, segundo o IBGE), em 2010,  19,07% de sua população (20.014 pessoas). Destas, apenas 71%, 14.269 pessoas (equivalente a 4.197 famílias) recebiam do PBF, consumindo R$ 3.278.136,00 dos recursos do Governo Federal. Hoje, 5.349 famílias estão contempladas.

Registre-se que Rio das Ostras é o único município entre os analisados que possui Orçamento Participativo e políticas públicas de trabalho e renda sólidas e estruturadas como  a Zona Especial de Negócios (ZEN).
   
O segundo município que possuía menos miseráveis foi Arraial do Cabo com 8,30% (2.292 pessoas). Na década, reduziu a porcentagem de miseráveis em 31%. Eram 11,98% em 2000. Viviam em situação de pobreza 25,37% (7.010 pessoas) da sua população. Recebiam o Bolsa Família em 2010 76% dos pobres, correspondentes a  5.392 pessoas (1.634 famílias ) consumindo R$ 1.482.541,00. Este ano o número de famílias atendidas pelo Programa Bolsa Família aumentou para 1.860.    

Em terceiro lugar, temos Armação dos Búzios com 8,98% (2.450 pessoas) se sua população vivendo em condições miseráveis. Em 2000, eram 12,60%. Uma redução de 29%. Viviam em situação de pobreza 6.204 pessoas (22,75% da população) com 96% delas (5.953 pessoas, 1804 famílias) atendidas, consumindo R$ 1.529.338,00. Em 2013, o número de famílias que recebem o Programa Bolsa Família diminuiu para 1.752. Uma redução de 52 famílias. Abriram mão por já poderem caminhar com as próprias pernas, sem ajuda do Estado ou foram cortadas por fraude? A secretaria de Desenvolvimento Social Trabalho e Renda poderia nos esclarecer. Um vereador já denunciou da Tribuna que até mesmo alguns funcionários públicos comissionados recebiam Bolsa Família no governo Toninho.        

São Pedro da Aldeia vem em quarto lugar com 9,62% (8.433 miseráveis). Em 10 anos o município conseguiu reduzir a proporção de miseráveis em 47%. Em 2000, São Pedro tinha 17,83% de sua população constituídas de pessoas consideradas extremamente pobres pelo IBGE. Já os pobres eram 28,86% de sua população (25.291 pessoas). Noventa por cento (22.998 pessoas, 6.571 famílias) deles atendidos pelo PBF. Gasto do PBF: R$ 5.986.947,00.  Hoje, 7.014 famílias são atendidas.  

Iguaba Grande vem a seguir com 10,01 % (2.286 pessoas). Foi o município que menos reduziu a miséria na década passada. Apenas 27%. Em 2000, o município tinha 13,54% de sua população considerada miseráveis. Dos 6.497 pobres (28,46% da população) apenas 76% (4.960 pessoas, 1.550 famílias) participavam do PBF, com gasto de R$ 1.222.597,00. Hoje, 2.010 famílias (6.432 pessoas) são atendidas. 

Cabo Frio é o penúltimo colocado neste estudo. Sua proporção de miseráveis é a segunda maior, 10,18%, que correspondem a 18.860 pessoas. Em 2000, Cabo Frio tinha 19,87% de miseráveis. Na década, conseguiu uma redução de 49%. Em 2010, tinha 27,51% (50.985 pessoas) de sua população vivendo em situação de pobreza. Destes, 85% (43.747 pessoas, 12.867 famílias) estavam no PBF, consumindo R$ 11.386.497,00 dos recursos federais. Como ocorreu em Búzios, houve uma redução no número de famílias atendidas pelo PBF de 2010 para 2013. Em 2010, eram 12.867 famílias. Em 2013, eram 12.741. Redução de 126. As razões para o fato devem ser pesquisadas.    

Em último lugar, com a maior porcentagem de miseráveis, temos Araruama com 12,80% (14.256 pessoas). Na década conseguiu reduzir a proporção de miseráveis em 32%. Em 2000, tinha 17.926 miseráveis que correspondia a 21,79% de sua população. Em 2010, tinha 39.012 pobres (35,2%), dos quais apenas 70% (27.645 pessoas, 8.131 famílias) eram atendidos pelo PBF. Gastos: R$ 8.235.866,00. Em 2013, o número de famílias atendidas passou para 10.507 ( 35.723 pessoas).