terça-feira, 11 de novembro de 2014

Búzios de 1954, vista por um repórter

O repórter do jornal A Noite descreve a Búzios de 1954 como "terra de ninguém". Sessenta anos se passaram e as coisas mudaram pouco, muito pouco. Não continuamos "terra de ninguém". "Progredimos". Agora somos terra de poucos.  Somos terra de um pequeno grupo que se apossou do Poder para uso próprio, repetindo o figurino dos governos anteriores, tanto depois da emancipação quanto antes dela.

Dezenas de "desgovernozinhos" de Cabo Frio convenceram o povo de Búzios de que melhor seria ser independente da metrópole. Passados quatro "desgovernozinhos" próprios, nossos, as coisas vão de mal a pior.

Hoje temos luz de Ampla mas não é lá essas coisas. A rede está mal dimensionada. Que o diga o povo da Rasa e da Vila Caranga. Temos água da Prolagos, mas não temos saneamento. Temos telefone, celular, mas com operadoras funcionando a meia bomba na Cidade. Não votamos mais no PSD (900 votos) e UDN (29 votos), mas continuamos votando mal, muito mal. Em vereadores e Prefeitos.

Em 1954, não tínhamos padre, mas tínhamos Estevão Hermílio de São Luiz, que fazia as vezes de padre. Não podia rezar missa, mas rezava ladainha e encomendava os mortos.

Não tínhamos médico, mas tínhamos Jorge de Paulo e Silva, que fazia as vezes de médico. Não podia clinicar mas "encanava" braços e pernas, e rasgava abcessos.

Em 2014, sessenta anos depois, se o Prefeito governa apenas para os seus, se os vereadores (quase todos) não nos representam, não resta outra solução: DEMOCRACIA DIRETA, sem intermediários, com ocupação praças e outros espaços públicos, para que a voz do povo de Búzios possa ser ouvida.   


Jornal A Noite, 12/01/1954 

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