domingo, 24 de outubro de 2010

República dos amigos I e II

Post 111 do blig
Data da publicação: 12/07/2010 22:36

República dos amigos I

Saiu o listão dos estagiários. São 112 estágios para alunos do 2º grau e 7 para universitários. Vão receber R$ 510,00 e R$ 612,00, respectivamente, por uma carga horária de 6 horas por dia. O que não se entende é qual o critério utilizado para selecioná-los. A Lei 731, de 18 de junho de 2009, que institui no âmbito do Poder Executivo o Programa de Estágio de Estudantes, estabelece, no seu artigo 2º, § 6º, que o processo seletivo, organizado pelo Órgão Central do Sistema de Pessoal, precederá à escolha do estagiário, cuja seleção será por: I – Melhor desempenho escolar comprovado com: a) assiduidade. II  – currículo. Entendeu? Vamos ver se consigo explicar. Acredito que o legislador quando fez a lei quis nos mostrar que antes do estagiário ser escolhido ele será selecionado. Deu para entender?  Então guarde bem: selecionado antes de ser escolhido. Agora, a coisa complica: qual o critério para ser selecionado antes? Ítem I) ter melhor desempenho escolar. Tudo bem? Ítem II) ter currículo. O que quer dizer isto, ter currículo? O ítem I não tem problema, apesar de ter um “comprovado” inserido ali sem sentido. Ou será que existe “melhor desempenho escolar” não comprovado? 

 Deixando questões lógicas de lado, acredito que a confusão é para não ter critério nenhum mesmo, possibilitando que se escolham os filhos e netos dos amigos da República instaurada em Búzios. Basta ver os sobrenomes dos felizardos selecionados. 

 O clientelismo é recorrente. Já em 2004 assim se manifestava o grande jornalista João Victorino: “Recebemos lista extra-oficial com todos os sobrenomes (dos estagiários da Secretaria de Turismo “que faturam trezentinhos”). Vige minha Nossa Senhora, como tem gente conhecida! Pela primeira vez os sobrenomes identificam o poder de cada um… “ ( JV,Jornal Primeira Hora,10/09/04). 

Comentários (4):

Alan do Chaparral disse:

Boa noite luiz, gostei muito do seu Blog, com certeza passarei a acessá-lo, parabéns e boa sorte no universo dos blogueiros, se quiser me enviar alguma matéria sua, terei o maior prazer em publicá-la, para assim fazer maior propaganda do seu Blog.
Um abraço
Alan do Chaparral

2. 12/07/2010 às 23:43
luizdopt disse:

Ok. Obrigado. Também estive visitando o teu. Boa sorte para Tamoios.

3.  14/07/2010 às 6:39
adm j mathiel disse:

Parabéns pelas matérias. Fez-me lembrar o personograma, onde, ao invés de serem colocadas pessoas qualificadas nas vagas disponíveis, se instalam apadrinhados…

4. 17/07/2010 às 0:54
Jose de Figueiredo Sena disse:

Luiz
Poderia ter curso de Tubulação de Plataformas
Instrumentação de Plataformas
Automação de Plataformas
Mecânica de Plataformas
Eletrico mecânica de Plataformas
Todos estes cursos são “PROFICIONALIZANTES ” , para
alunos do terceiro ano do ” Ensino Médio ” , com uma
pequena ajuda de custo , se cosegue formar um bom profi-
cional para o mercado de ” Trabalho ” . A Petrobrás esta aqui
na Bacia de campos. Mais ” ARMAÇÃO DOS BUZIOS ” só
quer saber do valor do ” ROYALTIES “, não oferecendo nada em troca.
Até mais
Sena

Post 112 do blig
Data da publicação: 13/07/2010 00:26

República dos amigos II

O governo municipal talvez não saiba avaliar – ou sabe, mas não está nem aí-  as consequências negativas que poderão advir da contratação desses 112 estagiários. Estudantes de segundo grau entram na estrutura administrativa da prefeitura ganhando R$ 500,00 por 6 horas de trabalho, quase o mesmo salário que muitos funcionários concursados. Auxiliar e Agente Administrativo do quadro efetivo de funcionários da prefeitura ganham menos de R$ 700,00 por 8 horas de labuta. Que tipo de estímulo esses servidores terão no seu dia a dia. Quem garante que esses estagiários ”selecionados” cumprirão a jornada completa de trabalho. Se já não bastasse ter funcionários com cargos de confiança ganhando três ou quatro vezes mais que os concursados, não é incomum ver comissionados sem a mínima qualificação “chefiando” servidores com curso superior ou melhor qualificados que eles. O que se acha que se consegue com isso? Ninguém trabalha, ou todos fingem que trabalham, ou todos trabalham de má vontade. Só um louco faria isso em sua empresa particular. Mas como é dinheiro público – da viúva-  não se importam. E aí Chefe do Gabinete de Planejamento, Orçamento e Gestão, Sr. Ruy Borba, como resolver esse labirinto que mais se parece com um “acomodograma de acólitos”? Cadê o concurso público? E quando é que vamos acabar com o clientelismo – esse câncer que corrói a máquina administrativa? 

195 (111, 112)

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